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Chávez convoca campanha por reeleição
Tramitação do projeto de referendo sobre recondução presidencial ilimitada deve começar amanhã no Legislativo
Oposição venezuelana critica iniciativa, argumenta ser inútil tentar combatê-la na Justiça e lança "Comando Nacional pelo Não"
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Menos de duas semanas depois de ir às urnas para escolher
governadores e prefeitos, a Venezuela iniciou ontem numa
nova campanha eleitoral, agora
em torno do segundo referendo
sobre a reeleição indefinida,
provavelmente em fevereiro.
No centro de Caracas, dezenas de milhares de militantes
de vermelho se reuniram sob o
pretexto de comemorar o décimo aniversário da primeira
eleição de Chávez, em 1998.
Nas faixas, nos jingles, nas camisetas e nos canais de TV estatais, se multiplicava o lema
"Uh! Ah! Chávez no se va".
"Os trabalhadores, as mulheres, os camponeses, vamos nos
unir todos desde agora. Vamos
comemorar o Natal em campanha, na batalha", disse Chávez,
em discurso transmitido durante a quarta cadeia nacional
obrigatória de rádio e TV apenas desta semana.
Horas antes, os principais
partidos da oposição lançaram
o "Comando Nacional pelo
Não", para coordenar a nova
campanha eleitoral.
"Repudiamos essa proposta
reelecionista por antidemocrática, inconstitucional, contrária ao interesse nacional e por
buscar a instauração de um regime autoritário militarista, excludente e perseguidor de qualquer um que pense diferente ao
governo", disse Omar Barboza,
presidente do UNT (Um Novo
Tempo, centro), o principal
partido da oposição.
Apesar de considerar a iniciativa ilegal, a avaliação dos
partidos anti-Chávez é de que é
inútil contestar o referendo na
Judiciário ou no Centro Nacional Eleitoral (CNE) por estarem sob controle governista.
Anteontem à noite, Chávez
anunciou que a convocação do
referendo será feita pela Assembléia Nacional, controlada
pelos governistas, por ser a via
mais rápida. A expectativa é
que a tramitação comece já
amanhã. A outra alternativa era
recolher cerca de 2,5 milhões
de assinaturas.
O início da campanha coincide com o aumento da tensão
entre Chávez e a oposição, vitoriosa em importantes centros
urbanos do país, que agora
vêem o presidente federalizando parte de seu aparato público.
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