São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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Obama age para acelerar reforma da saúde

Em visita ao Senado americano, presidente apela à união entre democratas; votação deve ocorrer nos próximos dias

Proposta sob discussão deve custar o equivalente a 7% do PIB dos EUA; a resistência republicana aponta risco de inchaço da máquina estatal

FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK

Esperando assinar antes do Natal a lei que transformará o mercado e o sistema de saúde nos EUA, o presidente americano, Barack Obama, fez ontem uma visita ao Capitólio, sede do Legislativo, para tentar acelerar a votação da proposta.
Acompanhado pelo vice-presidente do país, Joe Biden, Obama disse aos senadores que "este é o momento da grande mudança". Ele exortou os membros de seu partido, o Democrata, à união em torno da votação.
A Câmara dos Representantes (deputados federais) já aprovou sua proposta para a saúde há cerca de um mês.
No Senado, os democratas não podem ter uma única defecção para que o projeto seja aprovado sem a possibilidade de protelações provocadas pela oposição republicana.
Se o Senado aprovar o projeto, que precisa de um mínimo de 60 dos 100 votos da Casa para passar sem impedimentos, ele será cotejado com a proposta aprovada na Câmara. Depois, os planos serão mesclados em uma única lei que irá para a sanção presidencial.
A ambiciosa proposta de Obama encontra enorme resistência entre os republicanos e deve custar US$ 1,1 trilhão (o equivalente a 7% do PIB dos EUA), a ser empregado ao longo dos próximos dez anos.
Na prática, o plano prevê que todos os americanos tenham seguro-saúde e que todas as empresas no país ofereçam o benefício a seus funcionários. Cerca de 36 milhões de pessoas passariam a contar com assistência médica.
O projeto também quer proibir que as seguradoras neguem cobertura a quem já tem alguma doença e que não possam aumentar encargos caso o segurado adoeça.
Os senadores democratas passaram o fim de semana reunidos tentando um acordo.
Assim como ocorreu na Câmara, o principal ponto de controvérsia é a ideia de que o governo poderá acabar gerenciando uma gigantesca seguradora para oferecer planos de saúde a quem não conseguir cobertura no setor privado.
Para se chegar a um acordo, é bastante provável que a lei estabeleça que essa nova seguradora não poderá dar lucro.
Outro ponto polêmico é se o plano de saúde dessa seguradora estatal oferecerá cobertura a mulheres que queiram realizar abortos. Assim como ocorreu na Câmara, o mais provável é que isso fique proibido.


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