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Bush não terá "cheque em branco", afirma democrata
Líder da oposição avisa que envio de soldados ao Iraque terá que passar pelo Congresso
No Reino Unido, Tony Blair divulgou comunicado em que qualifica execução de Saddam Hussein como "totalmente equivocada"
DA REDAÇÃO
A nova presidente da Câmara
dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou ontem que os democratas,
agora com maioria no Congresso, não darão a George W. Bush
"um cheque em branco" para
enviar mais soldados ao Iraque.
Bush anunciará nesta semana sua nova estratégia para o
Iraque. No momento, os EUA
mantêm cerca de 135 mil soldados no país árabe, e funcionários do governo indicaram que
o plano inclui o envio de até
cinco brigadas adicionais (cerca de 20 mil homens).
Os jornais "The New York Times" e "The Washington Post"
informaram em suas edições de
ontem que o aumento do efetivo deverá ser acompanhado de
uma verba de US$ 1 bilhão para
financiar obras públicas no Iraque e assim gerar empregos.
Desde os ataques do 11 de Setembro até agora, o Congresso
já aprovou cerca de US$ 500 bilhões as guerras no Afeganistão
e no Iraque. A proposta orçamentária para 2007, a ser enviada ao Legislativo no dia 5 de
fevereiro, deve incluir um pedido de mais US$ 100 bilhões.
"Se o presidente optar por
uma escalada da guerra em sua
proposta orçamentária, queremos ver com clareza quanto se
vai destinar ao apoio das tropas
que já se encontram no Iraque", disse Pelosi no programa
"Face the Nation", da rede CBS.
Nas eleições legislativas de
novembro passado, os democratas recuperaram, pela primeira vez em 12 anos, o controle das duas casas do Congresso.
"A opinião pública espera ver
alguma diferença após as eleições. O presidente precisa ouvir a mensagem da população.
Não deveríamos no meter numa guerra sem fim", disse Pelosi. "Os cidadãos e o Congresso
apóiam as tropas. Não vamos
abandoná-las", acrescentou.
"Mas, se o presidente quiser
colocar mais homens nessa
missão, terá de justificá-lo, e isso é algo novo para ele, pois até
agora o Congresso tinha maioria republicana e deu-lhe um
cheque em branco, sem supervisão, sem normas, sem condições", concluiu a líder.
Mais de 3.000 soldados dos
EUA já morreram no Iraque.
Pesquisas mostram que a maioria da população agora é contrária à guerra e deseja o retorno das tropas.
As Forças Armadas enfrentam escassez de soldados prontos para combater. Os democratas dizem que apóiam uma
resolução que autorize o aumento de soldados nas forças
regulares, desde que isso não
implique enviar mais homens
para o Iraque.
Plano de segurança
O governo iraquiano planeja
reforçar suas tropas na capital
para lançar uma grande ofensiva contra as milícias e os esquadrões da morte. Segundo fontes
do governo, combatentes curdos deverão ser trazidos a Bagdá para aumentar o efetivo e
ajudar na empreitada.
O premiê Nuri al Maliki
anunciou o plano no último sábado, prometendo agir "independentemente de seitas ou de
política", sugerido que agiria
também contra os grupos xiitas, majoritários no governo.
A violência sectária tem produzido centenas de mortes por
semana, especialmente em
Bagdá. Trazer segurança para a
capital é visto como um passo
fundamental para evitar uma
guerra civil de larga escala.
Blair
No Reino Unido, o escritório
do premiê Tony Blair divulgou
comunicado em que o dirigente
afirma acreditar que a maneira
pela qual o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi executado foi "totalmente equivocada". Outros ministros, incluindo Gordon Brown, o provável
sucessor de Blair, também fazem críticas ao enforcamento.
Com agências internacionais
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