São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007

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Manifestação pró-Fatah reúne milhares em Gaza

Fotógrafo peruano é solto após 6 dias como refém

DA REDAÇÃO

Dezenas de milhares de simpatizantes do Fatah, partido de Mahmoud Abbas, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), lotaram ontem o principal estádio de Gaza para demonstrar apoio ao grupo na violenta disputa por poder que ela vem travando com o movimento islâmico Hamas.
O homem-forte do Fatah em Gaza, Mohammed Dahlan, foi recebido como herói ao entrar no estádio. Quando começou seu discurso, afastou seus seguranças e disse "Deixem o Hamas atirar em mim", sendo aplaudido pela multidão.
Essa foi a maior manifestação do Fatah em Gaza desde 1994, quando Iasser Arafat voltou à cidade do exílio na Tunísia, como parte dos acordos de paz assinados com Israel.
Os manifestantes enfrentaram frio e chuva para participar da cerimônia, que celebrou o 42º aniversário de fundação do partido, e acabou se convertendo numa ocasião para protestar contra o Hamas, que se recusa a cumprir a ordem de Abbas de banir a Força Executiva, sua principal milícia em Gaza.
Em seu discurso, Dahlan descreveu o Hamas como uma "gangue" e classificou o ataque à casa de um alto funcionário ligado ao Fatah na quinta como inaceitável. "Se eles acham que os assassinos não serão punidos, estão enganados", disse o líder. "Se eles atacarem mais alguém do Fatah, atacaremos dois deles", acrescentou.
O deputado do Hamas Salah Bardawil qualificou a fala de Dahlan como "difamação" e disse que ela servia aos interesses de Israel e não aos da população palestina.
O Fatah e o Hamas travam uma disputa pelo poder desde que o grupo islâmico venceu as eleições legislativas, um ano atrás. A vitória pôs fim a quatro décadas de supremacia política do Fatah entre os palestinos. O grupo, contudo, ainda detém a presidência da ANP.
Mais de 30 palestinos morreram em enfrentamentos e assassinatos desde o início de dezembro. Até aqui, a violência ficou limitada a Gaza, mas, nos últimos dias, já começou a espalhar-se para a Cisjordânia.
As tensões voltaram a crescer no sábado, depois que Abbas declarou a Força Executiva ilegal. O Hamas respondeu dizendo que dobraria o efetivo da milícia para 12 mil homens.

Fotógrafo
O fotógrafo peruano da agência France Presse (AFP) Jaime Rázuri foi libertado ontem em Gaza, seis dias depois de ter sido seqüestrado por um grupo de homens armados.
"Estou bem. Meus seqüestradores me trataram bem. Estou feliz por estar livre. Não era um hotel cinco estrelas, mas eu fiquei bem", disse Rázuri.


Com agências internacionais


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