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Manifestação pró-Fatah reúne milhares em Gaza
Fotógrafo peruano é solto após 6 dias como refém
DA REDAÇÃO
Dezenas de milhares de simpatizantes do Fatah, partido de
Mahmoud Abbas, o presidente
da ANP (Autoridade Nacional
Palestina), lotaram ontem o
principal estádio de Gaza para
demonstrar apoio ao grupo na
violenta disputa por poder que
ela vem travando com o movimento islâmico Hamas.
O homem-forte do Fatah em
Gaza, Mohammed Dahlan, foi
recebido como herói ao entrar
no estádio. Quando começou
seu discurso, afastou seus seguranças e disse "Deixem o Hamas atirar em mim", sendo
aplaudido pela multidão.
Essa foi a maior manifestação do Fatah em Gaza desde
1994, quando Iasser Arafat voltou à cidade do exílio na Tunísia, como parte dos acordos de
paz assinados com Israel.
Os manifestantes enfrentaram frio e chuva para participar
da cerimônia, que celebrou o
42º aniversário de fundação do
partido, e acabou se convertendo numa ocasião para protestar
contra o Hamas, que se recusa a
cumprir a ordem de Abbas de
banir a Força Executiva, sua
principal milícia em Gaza.
Em seu discurso, Dahlan descreveu o Hamas como uma
"gangue" e classificou o ataque
à casa de um alto funcionário ligado ao Fatah na quinta como
inaceitável. "Se eles acham que
os assassinos não serão punidos, estão enganados", disse o
líder. "Se eles atacarem mais alguém do Fatah, atacaremos
dois deles", acrescentou.
O deputado do Hamas Salah
Bardawil qualificou a fala de
Dahlan como "difamação" e
disse que ela servia aos interesses de Israel e não aos da população palestina.
O Fatah e o Hamas travam
uma disputa pelo poder desde
que o grupo islâmico venceu as
eleições legislativas, um ano
atrás. A vitória pôs fim a quatro
décadas de supremacia política
do Fatah entre os palestinos. O
grupo, contudo, ainda detém a
presidência da ANP.
Mais de 30 palestinos morreram em enfrentamentos e assassinatos desde o início de dezembro. Até aqui, a violência ficou limitada a Gaza, mas, nos
últimos dias, já começou a espalhar-se para a Cisjordânia.
As tensões voltaram a crescer no sábado, depois que Abbas declarou a Força Executiva
ilegal. O Hamas respondeu dizendo que dobraria o efetivo da
milícia para 12 mil homens.
Fotógrafo
O fotógrafo peruano da agência France Presse (AFP) Jaime
Rázuri foi libertado ontem em
Gaza, seis dias depois de ter sido seqüestrado por um grupo
de homens armados.
"Estou bem. Meus seqüestradores me trataram bem. Estou feliz por estar livre. Não era
um hotel cinco estrelas, mas eu
fiquei bem", disse Rázuri.
Com agências internacionais
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