São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Ex-ministra de Kirchner vai responder por dinheiro escuso

Miceli tinha sacola com 200 mil pesos no banheiro

RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES

Felisa Miceli, ex-ministra da Economia argentina sob Néstor Kirchner (2003-2007), responderá a processo por encobrimento e subtração de documento público no caso da bolsa com US$ 31 mil e 100 mil pesos achada no banheiro de seu gabinete em junho último. A decisão de processá-la foi tomada em 28 de dezembro pela juíza Maria Servini de Cubría, mas divulgada apenas ontem.
Miceli responderá em liberdade, mas sofrerá embargo de 200 mil pesos -a quantia encontrada em seu banheiro no episódio que lhe custou o cargo. Em depoimento, a ex-ministra dissera que um irmão lhe emprestara o dinheiro para a comprar uma casa, mas não pode provar a transação imobiliária.
Além disso, a ata em que o descobrimento do dinheiro foi registrado desapareceu. O fato só veio à tona em reportagem do jornal argentino "Perfil" um mês após o episódio.
A ex-ministra disse ontem a uma rádio argentina estar "indignada" com a decisão da juíza e ser vítima de "algo armado" para prejudicá-la.

Caso da mala
Também ontem, em Miami, os venezuelanos Moises Maionica e Carlos Kaufman se declararam inocentes da acusação de agirem como agentes ilegais da Venezuela nos EUA.
Os dois, outro venezuelano e um uruguaio são acusados nos EUA de conspirarem para convencer o empresário americano-venezuelano Guido Antonini Wilson -que colabora com a investigação- a ocultar a origem de US$ 800 mil apreendidos com ele em agosto último no aeroporto de Buenos Aires.
Segundo o procurador americano Thomas Mulvihill, o dinheiro era uma doação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à campanha presidencial de Cristina Fernández de Kirchner. Buenos Aires nega.


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