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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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IRAQUE NA MIRA

Para secretário, diplomacia falhou e ação deve durar semanas, não meses; EUA enviam quinto porta-aviões

Guerra será rápida, calcula Rumsfeld

DA REDAÇÃO

O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse ontem acreditar que uma possível guerra contra o Iraque teria curta duração. "Não dá para saber quanto tempo esse conflito duraria. Podem ser seis dias, seis semanas, mas duvido que [a guerra" chegue a seis meses", disse Rumsfeld a militares americanos numa base aérea em Aviano (Itália).
Um dos principais "falcões" do governo do presidente George W. Bush, Rumsfeld iniciou ontem um giro pela Europa em busca de apoio aos planos de guerra de Washington.
Na Itália, ele se encontrou com o premiê Silvio Berlusconi, um dos líderes europeus que apóiam os EUA. França e Alemanha são os dois países do continente que mais se opõem às intenções americanas e exigem que seja dado mais tempo para que os inspetores de armas da ONU.
"A paciência do mundo está se aproximando do fim", disse Rumsfeld. Para ele, os esforços diplomáticos em relação ao Iraque "fracassaram". O secretário afirmou que cada vez mais países têm manifestado intenção de aderir à coalizão liderada pelos EUA contra o regime de Saddam Hussein.
Os EUA continuam ampliando em ritmo acelerado a sua presença militar no golfo Pérsico. Ontem, ordenaram a ida de um quinto porta-aviões, o USS Kitty Hawk, que estava no Pacífico.
Além disso a 101ª Divisão Aerotransportada (23 mil soldados), uma unidade de elite, está sendo levada ao Oriente Médio. O número de militares americanos nas vizinhanças do Iraque chega a cerca de 110 mil -51 mil deles estão no Kuait.
Segundo a rede britânica BBC, mais de 200 mil militares dos EUA já estão ou no Golfo ou a caminho da região, ao lado de cerca de 40 mil soldados do Reino Unido. Os britânicos já deslocaram um porta-aviões e um terço de seus aviões de combate.
Cerca de 10% do 1,2 milhão de reservistas dos EUA já foi convocado, na maior mobilização do gênero desde a Guerra do Golfo (1991). "É muito improvável que tenhamos de adotar uma mobilização completa", disse Rumsfeld, antes de viajar a Munique para participar de uma conferência sobre segurança e se encontrar com ministros da Rússia, da Alemanha e de outros países.

Mal-estar diplomático
O secretário da Defesa irritou o governo alemão nesta semana ao comparar a posição de Berlim sobre a crise iraquiana àquela adotada pela Líbia e por Cuba. Ele tentou minimizar o mal-estar diplomático.
"Há obviamente enormes diferenças entre aqueles países contrários aos esforços dos EUA sobre o Iraque, assim como há diferenças entre os países que ofereceram apoio aos EUA", afirmou.
Rumsfeld disse não esperar convencer a Alemanha a mudar de posição, mas afirmou que aliados relutantes em aderir à coalizão de guerra, como a Turquia, provavelmente apoiarão os EUA. "Acredito que, quando tudo tiver sido dito e feito, a Turquia estará conosco."
O Parlamento turco aprovou anteontem uma autorização para que americanos reformem bases militares no país que poderiam ser usadas para atacar o Iraque. Os parlamentares ainda têm de decidir se aceitam ou não a presença de combatentes dos EUA e o uso de seu território durante a eventual ofensiva.


Com agências internacionais


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