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IRAQUE NA MIRA
Para secretário, diplomacia falhou e ação deve durar semanas, não meses; EUA enviam quinto porta-aviões
Guerra será rápida, calcula Rumsfeld
DA REDAÇÃO
O secretário da Defesa dos
EUA, Donald Rumsfeld, disse ontem acreditar que uma possível
guerra contra o Iraque teria curta
duração. "Não dá para saber
quanto tempo esse conflito duraria. Podem ser seis dias, seis semanas, mas duvido que [a guerra"
chegue a seis meses", disse Rumsfeld a militares americanos numa
base aérea em Aviano (Itália).
Um dos principais "falcões" do
governo do presidente George W.
Bush, Rumsfeld iniciou ontem
um giro pela Europa em busca de
apoio aos planos de guerra de
Washington.
Na Itália, ele se encontrou com o
premiê Silvio Berlusconi, um dos
líderes europeus que apóiam os
EUA. França e Alemanha são os
dois países do continente que
mais se opõem às intenções americanas e exigem que seja dado
mais tempo para que os inspetores de armas da ONU.
"A paciência do mundo está se
aproximando do fim", disse
Rumsfeld. Para ele, os esforços diplomáticos em relação ao Iraque
"fracassaram". O secretário afirmou que cada vez mais países têm
manifestado intenção de aderir à
coalizão liderada pelos EUA contra o regime de Saddam Hussein.
Os EUA continuam ampliando
em ritmo acelerado a sua presença militar no golfo Pérsico. Ontem, ordenaram a ida de um
quinto porta-aviões, o USS Kitty
Hawk, que estava no Pacífico.
Além disso a 101ª Divisão Aerotransportada (23 mil soldados),
uma unidade de elite, está sendo
levada ao Oriente Médio. O número de militares americanos nas
vizinhanças do Iraque chega a
cerca de 110 mil -51 mil deles estão no Kuait.
Segundo a rede britânica BBC,
mais de 200 mil militares dos EUA
já estão ou no Golfo ou a caminho
da região, ao lado de cerca de 40
mil soldados do Reino Unido. Os
britânicos já deslocaram um porta-aviões e um terço de seus
aviões de combate.
Cerca de 10% do 1,2 milhão de
reservistas dos EUA já foi convocado, na maior mobilização do
gênero desde a Guerra do Golfo
(1991). "É muito improvável que
tenhamos de adotar uma mobilização completa", disse Rumsfeld,
antes de viajar a Munique para
participar de uma conferência sobre segurança e se encontrar com
ministros da Rússia, da Alemanha e de outros países.
Mal-estar diplomático
O secretário da Defesa irritou o
governo alemão nesta semana ao
comparar a posição de Berlim sobre a crise iraquiana àquela adotada pela Líbia e por Cuba. Ele
tentou minimizar o mal-estar diplomático.
"Há obviamente enormes diferenças entre aqueles países contrários aos esforços dos EUA sobre o Iraque, assim como há diferenças entre os países que ofereceram apoio aos EUA", afirmou.
Rumsfeld disse não esperar
convencer a Alemanha a mudar
de posição, mas afirmou que aliados relutantes em aderir à coalizão de guerra, como a Turquia,
provavelmente apoiarão os EUA.
"Acredito que, quando tudo tiver
sido dito e feito, a Turquia estará
conosco."
O Parlamento turco aprovou
anteontem uma autorização para
que americanos reformem bases
militares no país que poderiam
ser usadas para atacar o Iraque.
Os parlamentares ainda têm de
decidir se aceitam ou não a presença de combatentes dos EUA e
o uso de seu território durante a
eventual ofensiva.
Com agências internacionais
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