|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JAPÃO
Sobreviventes de Hiroshima no Brasil ganham US$ 24 mil
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de Hiroshima
terá que pagar US$ 24 mil
(cerca de R$ 50 mil) a três sobreviventes, residentes no
Brasil, da bomba atômica
lançada sobre a cidade japonesa em 1945.
O valor é referente à ajuda
de custo para gastos com
saúde a que eles tinham direito como sobreviventes.
Mas a legislação local só oferecia o benefício aos residentes no Japão.
A Associação das Vítimas
de Bomba Atômica no Brasil
obteve a vitória na última
terça na Corte Suprema do
Japão.
O aposentado Teruo Hosokawa, 82, o agricultor Mitsugu Horioka, 83, e o comerciante Shoji Mukai imigraram para o Brasil em 1956.
Mas Mukai morreu em dezembro passado aos 79 anos.
Dos 255 sobreviventes que
vieram para o Brasil, apenas
135 estão vivos, e a maior
parte já recebe uma pensão
média de US$ 250 mensais.
"Nos anos 50, como todo o
Japão estava destruído, os
sobreviventes das bombas
atômicas não tinham atenção especial", disse à Folha
Yasuko Saito, 59, porta-voz
da Associação de Vítimas da
Bomba Atômica no Brasil.
"Só com a persistência das
seqüelas da radiação é que
programas especiais foram
criados", conta.
Desde os anos 60, os sobreviventes no Japão foram
isentos de contribuição médica para o governo, e aqueles com seqüelas passaram a
receber a ajuda de custo.
Os sobreviventes na Coréia do Sul começaram a exigir o mesmo direito em 1960,
e os que moravam nos EUA,
nos anos 70. Em 1984, os sobreviventes no Brasil criaram sua associação.
Após 2002, para finalmente obter a ajuda mensal, os
japoneses radicados no Brasil precisavam ir até o Japão,
passar por entrevistas, exames e buscar testemunhas
para comprovar que estavam
em Hiroshima até duas semanas após o lançamento da
bomba. Os três autores da
ação foram ao país de origem
em 2002, receberam atendimento e a pensão, mas deixaram de recebê-la ao retornarem ao Brasil.
No ano passado, essa exigência foi extinta, e o sobrevivente já pode ter sua documentação pronta no Brasil.
Lançada em 6 de agosto de
1945 sobre Hiroshima, a primeira bomba atômica matou
140 mil pessoas. Três dias
depois, outra bomba, sobre
Nagasaki, matou 74 mil.
Texto Anterior: EUA indiciam 4 por corrupção na reconstrução Próximo Texto: Clima: UE propõe corte de emissão de gás carbônico de veículos Índice
|