São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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CLIMA

UE propõe corte de emissão de gás carbônico de veículos

DA REDAÇÃO

A Comissão Européia anunciou ontem um plano para cortar em 18% as emissões de gás carbônico dos veículos novos que circulam nos países da UE. A medida, que começará a vigorar em 2012, foi apresentada como uma tentativa de combater o aquecimento global.
Ambientalistas, no entanto, acusam a comissão de ter cedido às pressões da indústria automobilística e suavizado o plano inicial, que previa metas mais ambiciosas. O acordo atual limita as emissões veiculares em 130 gramas de CO2 por quilômetro rodado. Mas a proposta original do comissário do Ambiente da UE, Stavros Dimas, estabelecia um limite de 120 gramas por quilômetro.
Autoridades da UE admitiram que o movimento provavelmente levaria a um aumento no preço dos automóveis. O comissário europeu da Indústria, Günter Verheugen, pediu aos governos que oferecessem subsídios e desconto em impostos a quem comprar carros mais ambientalmente corretos.
Ele acrescentou, no entanto, que o custo extra seria "mais do que compensado" pelo fato de que os carros serão mais econômicos.
O plano também pede um maior uso de biocombustíveis -o que representa uma oportunidade para o Brasil, que tem na UE seu principal mercado potencial de biodiesel- e de combustíveis fósseis mais limpos, com o objetivo de reduzir as emissões veiculares em 25%.
Estipula também a realização de pesquisas tecnológicas para tornar viável economicamente um limite de 95 gramas de CO2 por quilômetro em 2020. Hoje a média de emissões dos carros europeus é de 162 gramas por quilômetro rodado.
"Se demorarmos para agir os custos serão maiores", afirmou Dimas.
Ele fez referência ao relatório divulgado na última sexta-feira pelo painel de climatologistas da ONU, o IPCC. O documento estabelece que o aquecimento global causado pelo agravamento do efeito estufa (a retenção do calor da Terra na atmosfera por uma capa de gases) é "inequívoco" e causado por atividades humanas.
Funcionários da UE disseram que as novas regras, se apoiadas pelos governos, ajudarão a manter a indústria automobilística européia competitiva.


Com agências internacionais


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