|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Manifestação de mineiros bloqueia centro de La Paz
Protesto consegue revogar aumento de impostos para o setor proposto por Morales
Manifestantes explodem dinamites no centro da capital, ocupado desde terça-feira; dois policias ficam levemente feridos
DA REDAÇÃO
Dois policiais saíram feridos
ontem em La Paz do segundo
dia de protestos de milhares de
mineiros contrários a um plano
do governo do presidente Evo
Morales para subir os impostos
do setor, em mais uma crise política envolvendo manifestações e bloqueios na Bolívia. No
início da noite, os dois lados
chegaram a um acordo com o
recuo da medida.
De acordo com o ministro de
Governo (Interior), Alfredo Rada, "grupos radicalizados" de
mineiros agrediram a golpes
dois agentes e mantiveram "como reféns por poucos minutos"
outros quatro policiais, além de
reter duas motocicletas das forças de segurança.
O acordo alcançado entre
Morales e os dirigentes da poderosa Federação de Cooperativas Mineiras (Fencomin)
congela imediatamente o aumento tributário, com o compromisso de "buscar mecanismos para melhorar a arrecadação fiscal do setor mineiro".
Do lado de fora, ao menos 10
mil mineiros mantinham o
protesto no centro da capital
boliviana, bloqueando, pelo segundo dia consecutivo, a circulação de veículos na região. Como é costume nos protestos de
mineiros, foram explodidas várias cargas de dinamite. Com o
acordo, os manifestantes começaram a se desmobilizar.
O mineiros conseguiram paralisar um projeto de lei que
previa o aumento de até 70% do
Imposto Complementar à Mineração, apesar de Morales ter
oferecido congelar a medida no
caso das cooperativas, que têm
cerca de 50 mil filiados e até recentemente eram consideradas
aliados do presidente.
Segundo o governo boliviano, do mais de US$ 1 bilhão gerado pela exportação de minérios no ano passado, o fisco ficou com apenas US$ 45 milhões. Com o aumento, Morales
esperava arrecadar US$ 80 milhões anualmente.
Além da extinção da medida,
os mineiros ligados às cooperativas exigiam a demissão do ministro do setor, Guillermo Dalence, que, em outubro, substituiu Walter Villarroel, alto dirigente das cooperativas.
Villarroel foi retirado do cargo depois de um violento enfrentamento entre mineiros
cooperados e assalariados pelo
controle de uma mina, com um
saldo de 16 mortos.
Esta é a terceira crise provocada por protestos somente
neste ano. Em janeiro, manifestantes pró-Morales bloquearam a cidade de Cochabamba (centro) exigindo a saída do governador Manfred Reyes Villa. Na semana passada,
moradores de Camiri (sudeste)
paralisaram um gasoduto exigindo uma "verdadeira nacionalização" dos hidrocarbonetos. Nesses dois casos, houve
intervenção militar.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Clima: UE propõe corte de emissão de gás carbônico de veículos Próximo Texto: Triângulo sideral: Nasa decide rever testes psicológicos Índice
|