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Líder deposto em 2004 vence na Ucrânia, diz boca de urna
Primeiros resultados oficiais confirmam pesquisa; rival não reconhece derrota e vê fraude
Se confirmado, resultado de eleição "reverte" Revolução Laranja, que havia tirado Viktor Yanukovich do poder e afastado o país da Rússia
DA REDAÇÃO
O oposicionista Viktor Yanukovich, favorável a uma reaproximação com Moscou, proclamou sua vitória nas eleições
presidenciais realizadas ontem
na Ucrânia, amparado por pesquisas de boca de urna e pelos
primeiros resultados oficiais.
Sua adversária, a atual primeira-ministra Yulia Tymoshenko, se recusou a admitir a
derrota, afirmando que "não se
pode falar em qualquer resultado até que o último voto seja
contabilizado". Um assessor de
Tymoshenko disse que houve
"graves fraudes" e afirmou que
o pleito foi um dos "mais sujos
da história da Ucrânia".
O chefe da campanha de
Tymoshenko chegou a acusar
simpatizantes do candidato da
oposição de terem assassinado
um membro de sua equipe ontem. Até o fechamento desta
edição, não havia confirmação.
Os primeiros sinais apontam
para uma vitória de Yanukovich por uma margem de cerca
cinco pontos percentuais
-mais estreita do que se previa
após o primeiro turno, quando
ele derrotou a primeira-ministro e o presidente Viktor Yuschenko. Com metade dos votos
apurados, Yanukovich tinha
49,6% dos votos contra 44,7%
para Tymoshenko.
O resultado preliminar sela a
volta triunfal de Yanukovich,
que havia sido crucificado na
eleição de 2004. Na época, ele
chegou a ser declarado o vencedor e foi parabenizado pelo então presidente da Rússia, Vladimir Putin. No entanto, semanas depois, a vitória foi anulada
por fraude, após um levante popular conhecido como Revolução Laranja, que levou ao poder
o presidente pró-Ocidente
Yuschenko -que tinha Tymoshenko como grande aliada.
Se confirmada, a vitória de
Yanukovich selaria uma reaproximação com Moscou, que
mantém péssimas relações
com o atual governo ucraniano.
Mesmo após o colapso da
União Soviética, em 1991, a
Rússia continuou considerando o Leste Europeu -região rica em petróleo e gás- como
parte de sua esfera de influência natural. Moscou encara como uma ameaça estratégica o
fato de ex-satélites soviéticos,
como a Ucrânia, elegerem governos que preferem se voltar
para os EUA e a União Europeia (UE) e defendem um modo de vida social e econômica
ocidental.
A derrota dos candidatos ligados à Revolução Laranja na
eleição deste ano é atribuída
por analistas à incapacidade de
Yuschenko e Tymoshenko de
cumprir as promessas feitas na
campanha de 2004.
A crise econômica e o desemprego perduraram, e o governo
não conseguiu reformar as instituições públicas, vistas como
corruptas e ineficientes.
Durante a campanha, Yanukovich prometeu restabelecer a
ordem no país, cuja economia
foi seriamente abalada pela crise econômica mundial -o PIB
recuou mais de 14% em 2009. O
candidato apontado como vitorioso disse ainda que manterá
relações equilibradas tanto
com a UE quanto com a Rússia.
Yanukovich, 60, engenheiro
mecânico de formação, governou uma Província vizinha da
Rússia. Durante a juventude
pobre, ficou três anos preso por
roubo e tentativa de estupro.
Com agências internacionais
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