São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2011

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Pequim continua intimidação a correspondentes estrangeiros

DE PEQUIM

O governo chinês continuou intimidando correspondentes estrangeiros que tentaram se aproximar de locais onde estão marcados protestos pró-democracia.
No fim de semana, a polícia deteve ao menos dez jornalistas, fez revistas em casas, advertiu funcionários chineses por telefone e proibiu o acesso a partes da cidade, informaram o Clube de Correspondentes Estrangeiros da China (FCCC, em inglês) e relatos de imprensa.
O caso mais grave ocorreu em Xangai, onde ao menos nove jornalistas foram detidos por duas horas enquanto seus documentos eram checados. Eles tentavam cobrir uma tentativa de protesto, que, pela terceira semana consecutiva, fracassou.
Em Pequim, um repórter de TV foi detido por três horas na região de Xidan, um suposto novo local de protesto em Pequim -tampouco houve manifestação ali.
Outros quatro correspondentes foram impedidos de se aproximar da área.
Mesmo quem não tentou ir aos locais de protesto sofreu ações intimidatórias, sempre de acordo com o FCCC. A polícia esteve na casa de alguns correspondentes, onde pediam documentos.
Três funcionários chineses de meios de comunicação locais foram advertidos por telefone para "ficar longe de lugares perigosos". Cinco repórteres relataram ainda ser alvo de vigilância por policiais à paisana.
Apesar dos relatos, o governo chinês negou qualquer recrudescimento contra jornalistas estrangeiros.
"A China está sob o regime da lei, e nós cumprimos a lei. Sempre temos seguido leis e regulamentos relevantes ao lidar com temas relacionados a jornalistas estrangeiros", disse o chanceler Yang Jiechi, anteontem.
Desde que começaram convocatórias anônimas para uma "revolução de jasmim" na China inspirada no mundo árabe, o governo aumentou o bloqueio na internet a discussões sobre o tema e vem impedindo a imprensa estrangeira de trabalhar nos locais marcados para os protestos. (FM)


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