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SUCESSÃO NOS EUA / POLÍTICA EXTERNA
Mesmo sem acordo, Bush envia TLC ao Congresso
Tratado com a Colômbia tem oposição democrata e derrubou assessor de Hillary
Sindicatos americanos são contrários a pacto com país sul-americano, em protesto por violência contra colegas e por temerem desemprego
DA REDAÇÃO
Um dia depois de o Tratado
de Livre Comércio (TLC) entre
Colômbia e EUA ganhar proeminência na campanha eleitoral americana, o presidente
George W. Bush pediu aos parlamentares que aprovem o
acordo, cujo envio ao Congresso ele autorizou ontem.
"Este tratado fará avançarem
os interesses da segurança nacional americana em uma região crítica, fortalecerá um corajoso aliado em nosso hemisfério, ajudará a economia e os
trabalhadores americanos",
disse Bush, no apelo pela aprovação do TLC, que enfrenta
oposição de muitos parlamentares da oposição democrata,
que tem maioria na Câmara. A
presidente da Casa, a democrata Nancy Pelosi, reafirmou sua
determinação de não deixar
passar o texto como está.
A Casa Branca vinha fazendo
esforços para articular a aprovação do acordo desde o mês
passado, mas já se cogitava que
Bush o enviaria ao Congresso
mesmo sem compromisso prévio de apoio bipartidário.
A oposição democrata ao
TLC deve-se a sua relação com
os sindicatos dos EUA, muitos
dos quais são contra o tratado
devido ao que consideram esforços insuficientes do governo
de Álvaro Uribe na contenção
da violência contra sindicalistas colombianos. Há ainda o receio de o acordo afetar o nível
de emprego nos EUA.
O peso da questão para os democratas ficou claro anteontem, quando Mark Penn deixou
a função de estrategista-chefe
da campanha da pré-candidata
Hillary Clinton. O episódio que
culminou na demissão de Penn
teve início no fim da semana
passada, quando ele se desculpou publicamente por ter se
reunido com a embaixadora da
Colômbia nos EUA, Carolina
Barco, para discutir o TLC.
O encontro foi qualificado
por Penn como um erro. No sábado, a Colômbia encerrou o
contrato que tinha com a Burson-Marsteller, empresa de
lobby na qual Penn trabalha.
Hillary reafirmou ontem que
votará contra o TLC e pediu a
seus colegas senadores "que façam o mesmo". A senadora se
disse decepcionada com a decisão do presidente Bush de enviar o acordo ao Congresso.
Uma vez que o TLC chegue
aos parlamentares, eles terão
até 90 sessões para aprová-lo
ou rejeitá-lo. A expectativa do
governo é de que o texto seja
votado até setembro -antes,
portanto, das eleições presidenciais de novembro.
Artigo
A campanha de Bush pela
aprovação do tratado incluiu
um artigo da secretária de Estado, Condoleezza Rice, publicado na edição de ontem do "Wall
Street Journal". No texto, Rice
defende o que vê como função
estratégica do acordo, ao dar
apoio a "um aliado democrático" e "enfraquecer os que semeiam instabilidade e autocracia no nosso hemisfério", numa
referência velada à oposição
dos governos da Venezuela e do
Equador à influência dos EUA.
Rice diz ainda que o tratado
nivelaria as tarifas comerciais,
fazendo com que os bens americanos entrassem mais facilmente na Colômbia, e poderia
levar a aumento de até US$ 1 bilhão anual nas exportações.
Segundo o Escritório da Representação de Comércio dos
EUA, o comércio bilateral com
a Colômbia, que tem no país
norte-americano seu maior
parceiro comercial, movimentou em 2007 US$ 18 bilhões,
dos quais US$ 8,6 bilhões foram exportações americanas.
O apoio de Washington a Bogotá não se limita ao TLC, incluindo ainda o Plano Colômbia de combate ao narcotráfico,
que já rendeu ao país sul-americano mais de US$ 4,2 bilhões
desde 2000.
Com agências internacionais, "Financial Times"
e "The New York Times"
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