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Iraque ameaça de cassação xiitas radicais
Moqtada al Sadr desarmará milícias se ordem partir do aiatolá Sistani; Petraeus fala hoje no Congresso
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, ameaçou ontem excluir da política local os
xiitas ligados a Moqtada al
Sadr, caso eles não se dissolvam
como grupo armado.
A advertência coincide com
pesados confrontos em Bagdá
entre forças regulares iraquianas e o grupo de Sadr. Nove
pessoas morreram ontem e 78
foram feridas no bairro xiita de
Cidade Sadr. No domingo morreram 22, entre eles três soldados dos Estados Unidos.
Militares americanos estão
envolvidos na operação, destinada a neutralizar o Exército
do Mehdi, grupo leal a Sadr,
acusado de disparar foguetes e
morteiros sobre instalações
militares dos Estados Unidos.
Policiais e soldados iraquianos invadiram os cortiços de
Cidade Sadr -2 milhões de habitantes, a leste da capital-,
com a cobertura de helicópteros americanos. Nove milicianos foram mortos.
Sadr afirmou que desmantelaria sua milícia caso recebesse
ordens nesse sentido da hierarquia xiita.
Ultimato do premiê
O premiê Maliki, ele próprio
um xiita, acusa os milicianos de
pôr em xeque a trégua negociada na semana passada. "Resolver a questão significa para nós
dissolver o Exército do Mehdi",
disse o premiê à CNN. "Eles
não poderão mais participar do
processo político ou apresentar
candidatos às próximas eleições caso não dissolvam a milícia", afirmou.
Os incidentes se agravaram
quando Maliki determinou que
o Exército prendesse "criminosos" da milícia na cidade portuária de Basra, ao sul.
A violência rapidamente
atingiu os xiitas da capital. Um
dos porta-vozes de Sadr, Baha
al Aaraji, rejeitou o ultimato de
Maliki e disse que ele não tem
autoridade para neutralizar
"forças legítimas que resistem
à ocupação de nosso país por
militares estrangeiros".
Esse sinal de intransigência,
relatado pelo "Financial Times", contrasta com declarações mais conciliatórias dadas à
Reuters pelo próprio Sadr. Ao
sujeitar o desmantelamento à
autorização de autoridades clericais, ele citou o aiatolá Ali al
Sistani, líder xiita local.
Em princípio, os xiitas planejam para amanhã em Bagdá um
grande ato público "contra a
ocupação estrangeira". E hoje,
em Washington, o general David Petraeus, comandante militar americano no Iraque, deve
depor no Congresso e defender
a suspensão da redução dos
contingentes americanos, tão
logo seja concluído o repatriamento em curso de 20 mil.
Adversários do general Petraeus dentro do Pentágono
acusam-no de dar ênfase à contra-insurgência, o que tiraria a
ênfase no treinamento de conflitos convencionais.
No sábado, partidos iraquianos de diferentes origens confessionais reuniram-se em Bagdá e lançaram apelo para que todos eles desmantelem suas
milícias. Só em Bagdá o levante
xiita matou nas últimas semanas 25 militares americanos.
Com agências internacionais
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