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Evo Morales acusa quatro Estados de fraude
Presidente boliviano diz que processará cortes eleitorais das regiões onde a oposição venceu nas eleições de domingo
Denúncia é rechaçada por autoridades eleitorais, que pediram que mandatário torne públicas as provas das irregularidades cometidas
DA REDAÇÃO
O presidente da Bolívia, Evo
Morales, disse ontem que entrará com ações penais contra
as autoridades eleitorais de
quatro departamentos (Estados) do país por suspeitas de
fraudes nas eleições regionais
realizadas no último domingo.
Segundo resultados parciais
de apuração, o Movimento ao
Socialismo (MAS), partido de
Morales, venceu as disputas para governador nos departamentos de La Paz, Oruro, Potosí, Cochabamba e Chuquisaca.
A ameaça atinge justamente
as regiões que o MAS pretendia
conquistar, mas foi derrotado.
Em Santa Cruz, Beni e Tarija, a
apuração indica que a oposição
de direita foi a vencedora. Já
em Pando, a disputa entre o
candidato do MAS e o da oposição está acirrada.
Os quatro departamentos
formam a chamada "meia-lua",
região que, desde que Morales
assumiu o poder em 2006, se
opôs às políticas estatista e indigenista do presidente.
"O comportamento das cortes [eleitorais] departamentais
de Pando, Santa Cruz, Beni e
Tarija é um delito. Agora nossa
tarefa é defender o voto saudável, honesto, e tomaremos
ações penais contra essas autoridades que jogam contra a democracia", afirmou Morales
em Huatajata, antes de se encontrar em La Paz com o assessor da Presidência do Brasil,
Marco Aurélio Garcia.
Segundo o líder boliviano,
houve manipulação de votos e
cédulas com a cumplicidade
das cortes eleitorais dos quatro
departamentos, que não teriam
adotado nenhuma medida para
coibir as irregularidades.
Morales assegurou que em
Pando a fraude "está totalmente comprovada", assim como
em Beni, onde a candidata do
MAS ao governo, a ex-miss Bolívia Jessica Jordan, denunciou
que sua cédula desapareceu da
mesa onde votou.
"Morales terá que encarar o
país para dizer qual é o delito e
qual é a prova que tem em
mãos", disse o presidente da
Corte Departamental Eleitoral
(CDE) de Santa Cruz, Mario
Parada. "Não se pode denegrir,
ameaçar nem atacar uma instituição sem nenhuma base." A
mesma linha foi seguida pelos
presidentes da CDE de Beni,
Víctor Edgar Moreno, e da de
Tarija, Miguel Ángel Guzmán.
Calma
O secretário-geral da OEA
(Organização dos Estados
Americanos), José Miguel Insulza, pediu um "ambiente de
tranquilidade" até a conclusão
da contagem de votos.
"O respeito pelo processo de
apuração e pelos resultados obtidos permitirá redobrar a confiança dos cidadãos [bolivianos] no processo eleitoral",
afirmou em um comunicado.
A organização manterá seus
observadores eleitorais nos departamentos onde há denúncias de irregularidades até o final da apuração.
Com agências internacionais
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