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Gasto dos EUA no Afeganistão passará Iraque pela 1ª vez
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, Barack Obama, enviou ontem ao
Congresso a proposta do Orçamento da Defesa para o ano fiscal de 2010 -que tem início em
outubro. Pela primeira vez, os
gastos com a Guerra do Afeganistão serão maiores do que os
gastos com a Guerra do Iraque.
No documento, o valor total
destinado ao Departamento da
Defesa é de cerca de US$ 664
bilhões. Desses, US$ 130 bilhões são destinados para o financiamento das guerras: US$
65 bilhões para a do Afeganistão e US$ 61 bilhões para a do
Iraque. Há também previsão de
gastos com ajuda ao Paquistão.
A distribuição dos gastos reflete a prioridade concedida ao
conflito na Ásia Central por
Obama, que, desde a campanha
presidencial, promete desviar o
foco do combate ao terrorismo
do Iraque para o Afeganistão.
Desde que assumiu, o presidente americano já anunciou
um plano de envio de mais 21
mil soldados para o país centro-asiático, o que elevará o contingente dos EUA para 55 mil homens -23 mil dos quais atuando sob a bandeira da Otan, a
aliança militar ocidental.
Segundo o Departamento da
Defesa, os primeiros soldados
-algumas dezenas deles- chegaram ao país nesta semana.
Também em fevereiro, Obama apresentou um plano de retirada gradual de tropas do Iraque que prevê a saída de 91 mil
dos atuais 142 mil soldados
americanos no país até o dia 31
de agosto de 2010. Entre 35 mil
e 50 mil homens ficarão em solo iraquiano até o final de 2011,
prazo final estipulado em acordo entre Washington e Bagdá
para a retirada americana.
Os US$ 65 bilhões previstos
no orçamento para o Afeganistão representam 35% do total
gasto pelos EUA desde a invasão do país, logo após o 11 de Setembro, quando tirou o Taleban do poder. No caso do Iraque, o valor é 7% dos US$ 860
bilhões gastos desde 2003.
À parte o gasto de US$ 130 bilhões com as guerras -US$ 60
bilhões a menos do que o deste
ano-, o Orçamento da Defesa
representa aumento de 4% nominais sobre os US$ 515 bilhões deste ano, conforme previsto na apresentação do Orçamento total dos EUA para 2010
por Obama em fevereiro.
No governo George W. Bush,
eram recorrentes pedidos de
recursos suplementares para
financiar as guerras durante o
ano. Em 2009, o valor inicial de
US$ 66 bilhões subiu para US$
142 bilhões com os pedidos.
Ontem, foram aprovados mais
US$ 96,7 bilhões até setembro.
Morte de civis
No Afeganistão, centenas de
pessoas protestaram ontem
contra a morte de dezenas de
civis em ataques aéreos americanos no início da semana em
dois vilarejos na Província de
Farah (oeste). Policiais atiraram contra os manifestantes
para conter a revolta.
Ontem, autoridades americanas e afegãs visitaram prédios destruídos nos locais dos
ataques. Um funcionário local
disse ter recolhido os nomes de
147 pessoas que, segundo parentes, morreram no ataque, o
que tornaria a ação a mais mortífera desde a invasão dos EUA.
Em visita a Cabul, o secretário da Defesa americano, Robert Gates, pediu desculpas pela morte de civis, que, segundo
ele, são exploradas na estratégia de insurgentes do Taleban.
À noite, o "New York Times"
noticiou que, reservadamente,
autoridades americanas admitiram que ao menos algumas
mortes foram causadas por
bombas lançadas pelos EUA.
Com agências internacionais e "New York Times"
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