São Paulo, segunda, 8 de junho de 1998

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RIVALIDADE ASIÁTICA
Chancelaria paquistanesa acusa a rival Índia pelo atentado; governo indiano rejeita acusações
Bomba mata 23 em trem do Paquistão

das agências internacionais

Uma bomba que explodiu ontem em um trem na Província de Sindh, sul do Paquistão, matou 23 pessoas e deixou 32 feridos. O governo paquistanês acusou o serviço secreto indiano pelo atentado.
"A explosão foi obviamente um ato terrorista patrocinado pelo RAW (Braço de Pesquisa e Análise -serviço de inteligência indiano) que resultou no fim de 23 vidas preciosas", disse o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão por meio de um comunicado.
Segundo Mushahid Hussein, ministro da Informação paquistanês, as autoridades teriam "evidências contundentes" do envolvimento da Índia no atentado.
A chancelaria indiana rebateu as acusações classificando-as de "infundadas e falsas".
A explosão de ontem, ocorrida em um trem que ia de Karachi (sul do país) para Peshawar (norte), foi a terceira desde a última quinta-feira, quando uma bomba colocada em um cinema matou uma pessoa e feriu dez.
A troca de acusações elevou a temperatura da região, uma das mais tensas do planeta.
Índia e Paquistão já travaram três guerras desde que se tornaram independentes, em 1947. Os dois países disputam até hoje o controle de parte da região da Caxemira, sob domínio indiano e reivindicada pelo Paquistão.
No mês passado, a Índia e o Paquistão realizaram testes nucleares detonando críticas da comunidade internacional. Ontem, os dois países criticaram a resolução do Conselho de Segurança da ONU que os exortou a não efetuar mais explosões nucleares.
"Lamentamos o fato", disse o governo paquistanês. "Achamos grotesco o modo como o Conselho de Segurança agiu", disse a Índia.



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