São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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EUA não tinham autorização para retirar urânio do Iraque, diz ONU

DA REDAÇÃO

O governo americano não foi autorizado a retirar um carregamento de urânio e outros materiais radioativos do Iraque e enviá-lo secretamente aos EUA, segundo funcionários da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), ligada à ONU.
Cerca de duas toneladas de urânio (pouco enriquecido) e mil itens radioativos mantidos sob controle da AIEA no complexo nuclear de Tuwaitha, ao sul de Bagdá, foram transferidos do Iraque para os EUA no mês passado.
"Autoridades americanas apenas nos informaram sobre sua intenção de remover os materiais, mas não pediram autorização a nós", disse Gustavo Zlauvinen, chefe da AIEA em Nova York.
O secretário de Energia dos EUA, Spencer Abraham, descreveu a retirada do carregamento como uma "grande conquista" no objetivo de "manter material nuclear perigoso longe das mãos de terroristas". A transferência terminou em 23 de junho, cinco dias antes dos EUA passarem o poder ao governo interino iraquiano.
Segundo uma fonte na ONU, o material nuclear pertence ao Iraque e estava sob supervisão da AIEA. O Departamento de Energia dos EUA diz ter informado as autoridades iraquianas interinas previamente.
Em 1992, após a Guerra do Golfo (1991), todo o urânio enriquecido iraquiano que poderia servir para a produção de armas nucleares foi enviado para a Rússia, por determinação da ONU, que proibiu o país de manter programas de armas de destruição em massa.
O carregamento não tem relação com a suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque, justificativa americana para atacar o país. Até hoje, os EUA não acharam indícios da presença dessas armas no Iraque.


Com agências internacionais

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