São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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Combate à insurgência respeitará os direitos humanos, diz premiê

DA REDAÇÃO

O premiê iraquiano, Iyad Allawi, adiantou, em linhas gerais, o conteúdo da nova lei de segurança em entrevista exclusiva ao "New York Times" anteontem. Leia abaixo os principais trechos.
 

A LEI DE SEGURANÇA - A lei prevê coisas como toque de recolher em algumas áreas e mandados de busca. Tudo será feito por meio de um mecanismo judicial ligado ao escritório do primeiro-ministro e aos tribunais superiores do Iraque. Haverá juízes de plantão 24 horas por dia, que farão o que for possível para garantir sempre o respeito à lei.
Houve uma demora para divulgar as medidas porque quisemos ter certeza de que as ações não terão efeitos negativos do ponto de vista legal e dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, darão poderes ao governo para proteger os cidadãos. Quando e onde for necessário, nós aplicaremos a lei.

RECURSOS EXISTENTES - Estamos desenvolvendo os recursos necessários para aplicar a lei. Temos alguns recursos e estamos tratando de reforçá-los. Acreditamos que os iraquianos devam assumir sua responsabilidade, fazer cumprir a lei e a ordem no Iraque e agir contra os terroristas. Definitivamente, acreditamos na validade da cooperação com a força multinacional, mas deve haver uma boa coordenação.
Até o momento, a polícia e os militares têm sido eficientes. Eles têm concluído com sucesso operações importantes sem nenhuma ajuda. Capturaram uma ampla gama de criminosos, seqüestradores, fabricantes de carros-bomba e de explosivos. Terroristas também foram presos.

ANISTIA - Não podemos dar anistia a um criminoso como, digamos, [Abu Musab] Zarqawi [suposto líder da Al Qaeda no Iraque]. Temos de levá-lo à Justiça. Mas há algumas pessoas que têm feito coisas periféricas e que se dizem parte da resistência. Tenho conversado com algumas delas pessoalmente e dito: "O que estão tentando obter? Querem trazer de volta Saddam [Hussein]? Querem que Bin Laden [líder máximo da Al Qaeda] governe o Iraque? Nós não permitiremos isso. Se querem fazer parte do processo político, serão bem-vindos, mas desde que rompam relações com os criminosos linha-dura e com os terroristas". Isso funcionou com algumas delas, que acabaram nos dando informações importantes e espalharam nossa mensagem para outras pessoas em todo o país.


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