São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

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MISSÃO DE PAZ

Além do brasileiro, também estão no país ministros do Chile e do Uruguai, que integram a força internacional

Viegas começa visita de dois dias ao Haiti

DA REDAÇÃO

O ministro da Defesa do Brasil, José Viegas Filho, e seus colegas do Chile e do Uruguai chegaram ontem ao Haiti para uma visita de dois dias às tropas de seus países, que integram a força internacional de paz montada pelas Nações Unidas para ajudar na estabilização da nação caribenha.
Viegas, o comandante do Exército brasileiro, general-de-exército Francisco Roberto de Albuquerque, e os ministros Michelle Bachelet (Chile) e Yamandú Fau (Uruguai) foram recebidos no aeroporto da capital, Porto Príncipe, por cerca de 50 oficiais militares das forças da ONU, incluindo o comandante das tropas, o general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira.
Segundo o coronel Gaston Irigoyen, porta-voz da ONU, os ministros deveriam se encontrar ainda ontem com o primeiro-ministro do governo provisório haitiano, Gérard Latortue. Depois, iriam visitar suas respectivas tropas em diferentes partes do país.
O porta-voz afirmou que, até agora, já chegaram ao Haiti cerca de 2.200 homens dos 6.700 militares e 1.622 policiais civis que integrarão a força internacional -os demais chegarão até o começo de agosto. Brasil, Chile e Canadá são os países que enviarão o maior número de homens.
A maior parte dos brasileiros está em Porto Príncipe. Os chilenos foram destacados para Cabo Haitiano, a segunda maior cidade do país. Os canadenses ficaram com Gonaives (nordeste).
Apesar de os uruguaios terem chegada prevista somente para o final deste mês, o ministro Fau decidiu viajar para conhecer os locais onde eles farão patrulhamento.
Segundo o tenente uruguaio Paul Rossi, as tropas do país vão para a região de Les Cayes, cerca de 240 km a oeste da capital.
Hoje deve chegar ao Haiti o subsecretário para assuntos internacionais do Tesouro dos EUA, John Taylor. Segundo o representante do governo americano, será necessário mais de US$ 1 bilhão para a reconstrução do país. O Haiti é a nação mais pobre do hemisfério Ocidental, de acordo com dados do Banco Mundial.
Taylor disse que as obras prioritárias dentro do pacote de ajuda econômica são a construção de estradas e escolas e investimentos na rede elétrica. No próximo dia 20, haverá uma conferência, na sede do Banco Mundial em Washington, que reunirá doadores internacionais.
A atual crise do Haiti teve início em janeiro, quando grupos guerrilheiros começaram a tomar o controle de cidades do país e a rumar em direção à capital. Depois de semanas de conflitos, o presidente Jean-Bertrand Aristide assinou uma carta de renúncia (em 29 de fevereiro) e deixou o país em um vôo arranjado pelos EUA rumo à República Centro-Africana.
Ao chegar lá, Aristide disse que havia sido seqüestrado por soldados americanos. Ele acusou os Estados Unidos e a França de patrocinarem um golpe para tirá-lo do poder. Os dois países negaram a acusação.
Ontem, em Granada, no término de uma cúpula da Comunidade Caribenha, líderes de 15 países decidiram enviar cinco chanceleres ao Haiti para discutir com Latortue as condições para o restabelecimento de relações entre o país e o organismo. O governo provisório havia suspendido sua filiação à comunidade após a Jamaica ter dado abrigo temporário a Aristide. Segundo o governo, a presença do ex-presidente em um país próximo aumentava a instabilidade no Haiti.


Com agências internacionais


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