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Para analistas, ataque não indica segurança falha
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES
Os atentados de ontem em
Londres levantaram questionamentos sobre o preparo dos serviços de segurança
britânicos para evitar um
ataque terrorista na cidade.
No final de maio, o governo
havia anunciado a redução
do nível de alerta contra o
terrorismo de "grave" para
"substancial".
Outra dúvida era se os responsáveis pelos atentados
não haviam aproveitado
uma redução no controle
antiterror em Londres provocado pelo deslocamento
de centenas de policiais e
agentes de inteligência para
a proteção da cúpula do G-8
em Gleneagles, na Escócia.
Especialistas ouvidos pela
Folha, porém, consideram
que a ocorrência do atentado não significa necessariamente uma falha dos serviços de segurança. "Mesmo
com mais policiais nas ruas,
eles não conseguiriam detectar ou impedir que alguém,
no meio de uma multidão,
entrasse num ônibus ou no
metrô levando explosivos",
afirmou Maha Azzam, especialista em questões islâmicas do Instituto Real de Estudos Internacionais.
Martin Coward, professor
da Universidade de Sussex,
concorda. "É difícil prevenir
contra todos os tipos de ataques. Esses atentados podem ter sido planejados por
muito tempo, mas não eram
muito complicados. Podiam
ser realizados facilmente por
células independentes. Isso
torna mais difícil a interceptação de informações pelos
serviços de inteligência."
Segundo ele, com grupos
de estrutura horizontalizada, sem uma liderança clara,
como a Al Qaeda, a tarefa
dos serviços de inteligência é
ainda mais complicada.
"Muitas vezes, nem há comunicação entre líderes e
comandados para ser interceptada."
(ROGERIO WASSERMANN)
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