São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

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Para analistas, ataque não indica segurança falha

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES

Os atentados de ontem em Londres levantaram questionamentos sobre o preparo dos serviços de segurança britânicos para evitar um ataque terrorista na cidade. No final de maio, o governo havia anunciado a redução do nível de alerta contra o terrorismo de "grave" para "substancial".
Outra dúvida era se os responsáveis pelos atentados não haviam aproveitado uma redução no controle antiterror em Londres provocado pelo deslocamento de centenas de policiais e agentes de inteligência para a proteção da cúpula do G-8 em Gleneagles, na Escócia.
Especialistas ouvidos pela Folha, porém, consideram que a ocorrência do atentado não significa necessariamente uma falha dos serviços de segurança. "Mesmo com mais policiais nas ruas, eles não conseguiriam detectar ou impedir que alguém, no meio de uma multidão, entrasse num ônibus ou no metrô levando explosivos", afirmou Maha Azzam, especialista em questões islâmicas do Instituto Real de Estudos Internacionais.
Martin Coward, professor da Universidade de Sussex, concorda. "É difícil prevenir contra todos os tipos de ataques. Esses atentados podem ter sido planejados por muito tempo, mas não eram muito complicados. Podiam ser realizados facilmente por células independentes. Isso torna mais difícil a interceptação de informações pelos serviços de inteligência."
Segundo ele, com grupos de estrutura horizontalizada, sem uma liderança clara, como a Al Qaeda, a tarefa dos serviços de inteligência é ainda mais complicada. "Muitas vezes, nem há comunicação entre líderes e comandados para ser interceptada."
(ROGERIO WASSERMANN)


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