São Paulo, sexta-feira, 08 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Blogs falam de gritos e fuligem

DA REPORTAGEM LOCAL

"Estava na linha Piccadilly, entre King's Cross e Russell Square. Ouvimos uma explosão portentosa, e o trem parou. As luzes do vagão se apagaram, e o ar se tornou espesso, com poeira e fuligem."
O testemunho é de um cidadão londrino anônimo, John Sandy, e foi postado no blog que o jornal "The Guardian" reservara para opiniões de leitores sobre a reunião do G8. Mas os atentados de ontem levaram-no a desviar o espaço para receber depoimentos.
Martina Zoulia estava na linha Victoria. Seu trem parou antes de chegar à estação, e os passageiros foram convidados a deixá-lo. Ela pensou se tratar de uma pane. Mas começou a sentir o cheiro de cabelo queimado. Em seguida viu rostos cobertos de fuligem e muito ensangüentados.
Julia Philipps é médica. Ela estava passando pela rua Woburn quando a bomba explodiu no ônibus londrino. Seu testemunho está no blog da BBC. "A carnificina era destruidora, e a imagem de tudo aquilo não se apagará de minha memória. Foi a experiência mais horrível de minha vida."
Ainda na BBC, o testemunho de Joscelynne: "Todos gritavam, pulavam pelas janelas [dos vagões]. Foi horrível. Foi a pior coisa que presenciei em toda a minha vida."
"O trem parou na estação e pediram para que o deixássemos. Tentei pegar um ônibus. Não havia nenhum. Comecei a andar. Só depois de 30 minutos soube da bomba no metrô e de outra num ônibus. Andei horas, até chegar em casa. E, abrindo minha porta, tive uma crise prolongada de choro." É o testemunho de uma pessoa que assina com a sigla CNI.
No blog do jornal "Time", Joanna Myerson dá seu testemunho: "Depois do estouro, tudo ficou branco. Fomos atirados para o chão do vagão. Havia fumaça e fogo no túnel. Parecia desastre. Todos gritaram. Mas paramos de gritar porque não valia a pena entrar em pânico. Arrombamos as janelas e saímos pelos trilhos. Nos três vagões da frente havia alguns mortos e muitos feridos. Estou preocupada com um rapaz que chegou a se levantar do chão. Ele tinha um buraco na cabeça."
E ainda, no blog do "Time", o testemunho de Philippe Palmer: "Eu estava no metrô. De repente um imenso estouro. A vidraça da janela ficou estilhaçada. Todos caímos no chão. Muita gente gritava. O vagão se encheu de fumaça. Todos tossiam muito."
(JBN)


Texto Anterior: Terror em Londres: Londrinos ficam perplexos, mas enfrentam tragédia com resignação
Próximo Texto: Terror em Londres: Londres abriga grupos radicais do islã
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.