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Blogs falam de gritos e fuligem
DA REPORTAGEM LOCAL
"Estava na linha Piccadilly, entre King's Cross e Russell Square.
Ouvimos uma explosão portentosa, e o trem parou. As luzes do vagão se apagaram, e o ar se tornou
espesso, com poeira e fuligem."
O testemunho é de um cidadão
londrino anônimo, John Sandy, e
foi postado no blog que o jornal
"The Guardian" reservara para
opiniões de leitores sobre a reunião do G8. Mas os atentados de
ontem levaram-no a desviar o espaço para receber depoimentos.
Martina Zoulia estava na linha
Victoria. Seu trem parou antes de
chegar à estação, e os passageiros
foram convidados a deixá-lo. Ela
pensou se tratar de uma pane.
Mas começou a sentir o cheiro de
cabelo queimado. Em seguida viu
rostos cobertos de fuligem e muito ensangüentados.
Julia Philipps é médica. Ela estava passando pela rua Woburn
quando a bomba explodiu no ônibus londrino. Seu testemunho está no blog da BBC. "A carnificina
era destruidora, e a imagem de tudo aquilo não se apagará de minha memória. Foi a experiência
mais horrível de minha vida."
Ainda na BBC, o testemunho de
Joscelynne: "Todos gritavam, pulavam pelas janelas [dos vagões].
Foi horrível. Foi a pior coisa que
presenciei em toda a minha vida."
"O trem parou na estação e pediram para que o deixássemos.
Tentei pegar um ônibus. Não havia nenhum. Comecei a andar. Só
depois de 30 minutos soube da
bomba no metrô e de outra num
ônibus. Andei horas, até chegar
em casa. E, abrindo minha porta,
tive uma crise prolongada de choro." É o testemunho de uma pessoa que assina com a sigla CNI.
No blog do jornal "Time", Joanna Myerson dá seu testemunho:
"Depois do estouro, tudo ficou
branco. Fomos atirados para o
chão do vagão. Havia fumaça e fogo no túnel. Parecia desastre. Todos gritaram. Mas paramos de
gritar porque não valia a pena entrar em pânico. Arrombamos as
janelas e saímos pelos trilhos. Nos
três vagões da frente havia alguns
mortos e muitos feridos. Estou
preocupada com um rapaz que
chegou a se levantar do chão. Ele
tinha um buraco na cabeça."
E ainda, no blog do "Time", o
testemunho de Philippe Palmer:
"Eu estava no metrô. De repente
um imenso estouro. A vidraça da
janela ficou estilhaçada. Todos
caímos no chão. Muita gente gritava. O vagão se encheu de fumaça. Todos tossiam muito."
(JBN)
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