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IRAQUE SOB TUTELA
Ihab al-Sherif estava desaparecido desde sábado; Al Qaeda local reivindicou a autoria do assassinato
Embaixador egípcio seqüestrado é morto no Iraque
DA REDAÇÃO
O governo egípcio confirmou
ontem que o chefe de sua missão
diplomática no Iraque, o embaixador Ihab al-Sherif, 51, seqüestrado no último sábado, foi assassinado. O crime foi reivindicado
pelo braço iraquiano do grupo
terrorista Al Qaeda.
Al-Sherif foi capturado quando
caminhava sozinho em uma rua
próxima de sua casa em Bagdá.
Embora a localização do corpo
não seja conhecida, um diplomata do Egito informou que o assassinato foi confirmado "por meio
de múltiplos contatos". O crime
surpreendeu o governo do Cairo,
que ainda ontem, antes de sua
confirmação, tentava contato
com grupos iraquianos e acreditava que poderia assegurar a libertação de seu diplomata.
A primeira confirmação de que
Al-Sherif havia sido morto foi feita em um site islâmico. A nota, cuja autenticidade não pôde ser
confirmada, dizia: "Nós, a Al Qaeda no Iraque, anunciamos que
aplicamos o julgamento divino
contra o embaixador dos infiéis, o
embaixador do Egito".
O grupo, liderado pelo terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, também divulgou na internet vídeo no qual Al Sherif aparece falando, com os olhos vendados. O assassinato não está nas
imagens, embora a nota prometesse mais detalhes para depois.
Os egípcios são chamados de
"infiéis" pelos grupos terroristas
muçulmanos porque mantêm
boas relações diplomáticas com
os Estados Unidos e por terem sido o primeiro país árabe a assinar
um tratado de paz com Israel.
O embaixador assassinado, inclusive, atuou na embaixada do
Egito em Tel Aviv de 1999 a 2003,
segundo o Ministério de Relações
Exteriores egípcio.
Apesar de ter o título de embaixador por carreira diplomática,
esse não era o cargo de Al Sherif
no Iraque, porque a missão diplomática naquele país ainda não tinha sido elevada a embaixada pelo governo do Egito, a primeira
nação árabe a designar um embaixador para o Iraque após a
queda de Saddam Hussein.
Agora, com o assassinato de Al
Sherif, o governo egípcio cogita
não só não elevar sua missão iraquiana a embaixada como fechá-la temporariamente e levar de volta ao Egito toda a equipe instalada
naquele país.
Se verdadeiro, o assassinato pode se converter em um marco
dramático na campanha de desencorajar nações árabes e muçulmanas a estreitar laços com o
Iraque, como quer a Casa Branca,
para demonstrar a aceitação do
governo local por sua vizinhança.
De acordo com o site do Ministério das Relações Exteriores iraquiano, há 46 missões estrangeiras no país, incluindo 14 de países
predominantemente árabes ou
muçulmanos.
No Cairo, o ditador egípcio,
Hosni Mubarak, condenou o assassinato de Al Sherif e disse que
seu país vai continuar a apoiar o
Iraque. "Esse ato terrorista não
vai demover o Egito de sua firme
posição em apoiar o Iraque e seu
povo", afirma a nota.
Por sua vez, o presidente iraquiano, o curdo Jalal Talabani,
conclamou em Najaf por uma
"guerra de aniquilação" contra a
Al Qaeda e outros grupos que incluam terroristas estrangeiros.
Com agências internacionais
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