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Mãe com bebê no colo frustra roteiro oficial para jornalistas
DO ENVIADO A URUMQI
Uma jovem mãe com um bebê no colo acabou provocando
um protesto em um dos eventos organizados pelo governo
chinês para mostrar aos jornalistas estrangeiros a "violência
dos separatistas uigures".
"Levaram meu marido de casa no domingo e não o vi mais, e
ele nem participou dos protestos", gritou, aos prantos.
Um grupo de 30 jornalistas
estrangeiros foi levado ao bairro do Parque Hípico para ver a
destruição de uma loja de automóveis de dois andares.
Ao ver a movimentação dos
repórteres, a jovem surgiu e começou a gritar. Antes que os
oficiais chineses pudessem reagir, cerca de 20 mulheres engrossaram o coro, dizendo que
os maridos tinham sido presos.
No ano passado, quando protestos similares ocorreram no
Tibete, a reação do governo foi
diferente. Jornalistas estrangeiros e até turistas foram proibidos de pisar na região.
Já em Xinjiang, menos de 24
horas após os incidentes, o governo chinês já organizava viagens para a imprensa estrangeira "ver em primeira mão a
violência dos separatistas".
Uma abertura com várias limitações. Só um hotel da cidade tem acesso à internet, e ligações internacionais feitas por
celulares são bloqueadas.
Mesmo no hotel, a internet
só é acessível no centro de imprensa controlado pelo governo. Sites populares como Twitter e Facebook estão bloqueados em toda a China.
O secretário do Partido Comunista em Urumqi, Li Zhi,
justificou o bloqueio da rede
porque "o Congresso Mundial
Uigur [organização no exílio]
usou a internet para organizar
os protestos e promover o terrorismo e o separatismo".
(RJL)
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