São Paulo, quarta-feira, 08 de julho de 2009

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Mãe com bebê no colo frustra roteiro oficial para jornalistas

DO ENVIADO A URUMQI

Uma jovem mãe com um bebê no colo acabou provocando um protesto em um dos eventos organizados pelo governo chinês para mostrar aos jornalistas estrangeiros a "violência dos separatistas uigures".
"Levaram meu marido de casa no domingo e não o vi mais, e ele nem participou dos protestos", gritou, aos prantos.
Um grupo de 30 jornalistas estrangeiros foi levado ao bairro do Parque Hípico para ver a destruição de uma loja de automóveis de dois andares.
Ao ver a movimentação dos repórteres, a jovem surgiu e começou a gritar. Antes que os oficiais chineses pudessem reagir, cerca de 20 mulheres engrossaram o coro, dizendo que os maridos tinham sido presos.
No ano passado, quando protestos similares ocorreram no Tibete, a reação do governo foi diferente. Jornalistas estrangeiros e até turistas foram proibidos de pisar na região.
Já em Xinjiang, menos de 24 horas após os incidentes, o governo chinês já organizava viagens para a imprensa estrangeira "ver em primeira mão a violência dos separatistas".
Uma abertura com várias limitações. Só um hotel da cidade tem acesso à internet, e ligações internacionais feitas por celulares são bloqueadas.
Mesmo no hotel, a internet só é acessível no centro de imprensa controlado pelo governo. Sites populares como Twitter e Facebook estão bloqueados em toda a China.
O secretário do Partido Comunista em Urumqi, Li Zhi, justificou o bloqueio da rede porque "o Congresso Mundial Uigur [organização no exílio] usou a internet para organizar os protestos e promover o terrorismo e o separatismo". (RJL)




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