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IRAQUE OCUPADO
Em discurso na TV, presidente pediria até US$ 80 bi ao Congresso para o pós-guerra e apoio de outros países
Bush pede mais verba e ajuda externa
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O governo dos EUA espera obter a ajuda de pelo menos mais 15
mil soldados de outros países no
Iraque e deve pedir ao Congresso,
nesta semana, de US$ 60 bilhões a
US$ 80 bilhões para continuar a
ocupação no país.
Em pronunciamento de 15 minutos à nação, marcado para a
noite de ontem, a poucos dias do
segundo aniversário do 11 de Setembro, na quinta-feira, o presidente norte-americano, George
W. Bush, ressaltaria a importância de os EUA se manterem ""resolutos" no Iraque e na sua ""missão" de combater o terrorismo ao
redor do mundo.
Segundo extratos do discurso
antecipados pela Casa Branca,
Bush diria que a ""campanha de
guerrilha" contra os EUA no Iraque demandaria ""sacrifícios" que
os norte-americanos estão ""dispostos a enfrentar".
Bush cobraria também uma
participação maior das Nações
Unidas no pós-guerra iraquiano,
afirmando que a comunidade internacional tem agora ""uma
oportunidade, e a responsabilidade, de assumir um papel mais amplo para tornar o Iraque um país
livre e democrático".
""Os terroristas têm o objetivo
estratégico de fazer com que deixemos o Iraque antes que terminemos nosso trabalho. Os inimigos da liberdade mantêm uma
atitude desesperada no Iraque, e
eles devem ser derrotados. Isso levará tempo e vai demandar sacrifícios", diria Bush na TV.
Em entrevista ontem pela manhã, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, afirmou
que os EUA esperam obter a ajuda de cerca de 15 mil soldados de
outros países após a aprovação de
uma nova resolução no Conselho
de Segurança da ONU, atualmente em discussão.
Powell disse que Índia, Paquistão e Turquia são os países mais
propensos a ajudar os EUA.
Powell voltou a dizer que os
EUA vão buscar uma nova resolução na ONU que garanta um amplo apoio à ação no Iraque. Rússia, França e Alemanha disseram
que a proposta dos EUA deve mudar para dar mais poder à ONU.
Nesta semana, Bush deverá enviar ao Congresso um pedido de
mais verba para a ação militar no
Iraque. No primeiro semestre,
após o início dos combates, Bush
obteve US$ 79 bilhões além do
previsto para o esforço de guerra.
O novo pedido seria incorporado a um orçamento militar recorde de US$ 380 bilhões já acertado
para o ano fiscal de 2004, que começa em outubro.
O pronunciamento de Bush ontem -o primeiro na Casa Branca
desde que foi declarado o início
das hostilidades contra o Iraque,
em 19 de março passado- teria o
objetivo de rebater as críticas sobre a atuação americana no país
que têm surgido, principalmente,
entre os pré-candidatos democratas à eleição presidencial do ano
que vem.
Pesquisa
Pesquisa divulgada ontem pela
rede CBS mostra que três quartos
dos americanos acreditam que
Bush conseguiu tornar os EUA
mais seguros desde que iniciou a
chamada ""guerra contra o terrorismo", em reação aos atentados
de 11 de setembro de 2001 contra
Nova York e o Pentágono.
A estratégia de Bush é capitalizar esse apoio no momento em
que aumentam as críticas sobre a
falta de planejamento no Iraque e
em relação à morte de soldados
no país.
Até sábado, 287 americanos haviam morrido no Iraque, 149 depois que Bush declarou o fim dos
principais combates a bordo de
um porta-aviões, em 1º de maio
passado.
Bush continua mal avaliado, no
entanto, na condução da economia. Cerca de dois terços dos
americanos acreditam que o presidente dos EUA não teve sucesso
na criação de novos empregos, e a
metade acha que Bush não fez nada para ajudar a recuperar o ritmo dos negócios no país.
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