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Ataque de Israel fere 11 em Gaza, e
país troca ameaças com o Hamas
DA REDAÇÃO
Helicópteros israelenses lançaram um ataque contra uma casa
no campo de refugiados palestinos de Khan Younis, na faixa de
Gaza, onde, segundo o Exército, o
grupo terrorista Hamas estocava
armas para realizar atentados.
Testemunhas disseram que o ataque feriu 11 pessoas.
A ação ocorreu um dia depois
de Israel tentar matar o principal
líder do grupo, o xeque Ahmed
Yassin, em ataque em Gaza.
Yassin foi o maior líder do Hamas a ser alvejado na campanha
de Israel contra o grupo, reforçada após um atentado contra ônibus israelense em Jerusalém, em
19 de agosto, que matou 22 pessoas e acabou de vez com uma frágil trégua iniciada em 29 de junho.
Após o ataque de anteontem, o
Hamas prometeu vingança. Já o
premiê de Israel, Ariel Sharon,
disse que os líderes do Hamas estão "marcados para morrer".
O ataque de ontem foi o oitavo
com mísseis disparados de aeronaves desde o atentado em Jerusalém. Eles mataram 12 líderes do
Hamas e cinco transeuntes palestinos, além de ferirem dezenas.
Em entrevista à TV árabe Al
Arabiya, Yassin não descartou
ataques contra líderes israelenses:
"Tudo está em aberto, já que tudo
do nosso lado se tornou alvo".
Segundo Sharon, todos os líderes do Hamas -que prega a destruição de Israel e a criação de um
único Estado, palestino e islâmico- foram "marcados para morrer". "Não daremos a eles um minuto de descanso. Seguiremos a
caçada porque eles têm um só objetivo: destruir Israel", disse ao
jornal "Yediot Ahronot".
O país reforçou ainda mais a segurança. Mas cresce entre os israelenses o debate sobre a validade das operações para matar líderes terroristas sem julgamento,
que acabam atingindo inocentes.
A decisão de partir para a ofensiva após o atentado de Jerusalém
teve grande apoio popular. Mas
alguns israelenses comparam o
grupo a um saco de pancada,
sempre retornando com a mesma
força do golpe dado.
O Hamas, responsável por dezenas de atentados suicidas contra civis israelenses, afirma ter
centenas de candidatos a terroristas suicidas que desejam se tornar
"mártires" da causa palestina.
"Não creio que os ataques [contra líderes do Hamas] tragam algo
além de mais ciclos de violência",
disse o general da reserva israelense Doron Kadmiel.
A bomba que destruiu o apartamento em Gaza anteontem era
destinada a Yassin, confirmou
ontem o Exército. O alvo era a casa de outro líder do Hamas, onde
Yassin almoçaria. Eles teriam deixado o local após ouvirem aeronaves israelenses sobrevoando a
região. Mesmo assim, Yassin ficou ferido na mão. Outras 16 pessoas também saíram feridas.
Israel disse que a ação poderia
ter matado Yassin se uma bomba
mais poderosa tivesse sido usada,
mas que optou por bomba menor
para não fazer vítimas inocentes.
Um porta-voz do Hamas disse
que Israel "abriu os portões do inferno" ao atacar Yassin.
Com agências internacionais
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