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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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Ataque de Israel fere 11 em Gaza, e país troca ameaças com o Hamas

DA REDAÇÃO

Helicópteros israelenses lançaram um ataque contra uma casa no campo de refugiados palestinos de Khan Younis, na faixa de Gaza, onde, segundo o Exército, o grupo terrorista Hamas estocava armas para realizar atentados. Testemunhas disseram que o ataque feriu 11 pessoas.
A ação ocorreu um dia depois de Israel tentar matar o principal líder do grupo, o xeque Ahmed Yassin, em ataque em Gaza.
Yassin foi o maior líder do Hamas a ser alvejado na campanha de Israel contra o grupo, reforçada após um atentado contra ônibus israelense em Jerusalém, em 19 de agosto, que matou 22 pessoas e acabou de vez com uma frágil trégua iniciada em 29 de junho.
Após o ataque de anteontem, o Hamas prometeu vingança. Já o premiê de Israel, Ariel Sharon, disse que os líderes do Hamas estão "marcados para morrer".
O ataque de ontem foi o oitavo com mísseis disparados de aeronaves desde o atentado em Jerusalém. Eles mataram 12 líderes do Hamas e cinco transeuntes palestinos, além de ferirem dezenas.
Em entrevista à TV árabe Al Arabiya, Yassin não descartou ataques contra líderes israelenses: "Tudo está em aberto, já que tudo do nosso lado se tornou alvo".
Segundo Sharon, todos os líderes do Hamas -que prega a destruição de Israel e a criação de um único Estado, palestino e islâmico- foram "marcados para morrer". "Não daremos a eles um minuto de descanso. Seguiremos a caçada porque eles têm um só objetivo: destruir Israel", disse ao jornal "Yediot Ahronot".
O país reforçou ainda mais a segurança. Mas cresce entre os israelenses o debate sobre a validade das operações para matar líderes terroristas sem julgamento, que acabam atingindo inocentes.
A decisão de partir para a ofensiva após o atentado de Jerusalém teve grande apoio popular. Mas alguns israelenses comparam o grupo a um saco de pancada, sempre retornando com a mesma força do golpe dado.
O Hamas, responsável por dezenas de atentados suicidas contra civis israelenses, afirma ter centenas de candidatos a terroristas suicidas que desejam se tornar "mártires" da causa palestina.
"Não creio que os ataques [contra líderes do Hamas] tragam algo além de mais ciclos de violência", disse o general da reserva israelense Doron Kadmiel.
A bomba que destruiu o apartamento em Gaza anteontem era destinada a Yassin, confirmou ontem o Exército. O alvo era a casa de outro líder do Hamas, onde Yassin almoçaria. Eles teriam deixado o local após ouvirem aeronaves israelenses sobrevoando a região. Mesmo assim, Yassin ficou ferido na mão. Outras 16 pessoas também saíram feridas.
Israel disse que a ação poderia ter matado Yassin se uma bomba mais poderosa tivesse sido usada, mas que optou por bomba menor para não fazer vítimas inocentes.
Um porta-voz do Hamas disse que Israel "abriu os portões do inferno" ao atacar Yassin.


Com agências internacionais


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