São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2010

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Oposicionista pede boicote e agrava disputa no Egito

ElBaradei condena eleição parlamentar de novembro e aumenta embate com Mubarak, no poder há 29 anos

Principal potência do mundo árabe, país é considerado peça-chave para eventual acordo de paz no Oriente Médio


MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

Mohamed ElBaradei, o ex-diretor da agência atômica da ONU que voltou a seu país para tentar liderar a oposição ao ditador Hosni Mubarak, defendeu anteontem diante de seus seguidores um boicote às eleições parlamentares de novembro no Egito.
O chamado de ElBaradei acirra o clima de confronto com o regime de Mubarak, 82, no poder há 29 anos.
O presidente não disse ainda se concorrerá a um sexto mandato na eleição presidencial do próximo ano.
Muitos egípcios acreditam que ele esteja preparando seu filho Gamal para uma sucessão hereditária.
O Egito é a maior potência do mundo árabe e mantém relações diplomáticas com Israel desde os anos 70.
É peça-chave para a estabilização do Oriente Médio, porque também conserva laços com os principais grupos palestinos.
"Se todos boicotarem totalmente as eleições, será o fim do regime", disse ElBaradei a seus simpatizantes.
Há poucos dias, o embate entre ElBaradei e Mubarak ganhou tons pessoais, quando o diplomata acusou o governo de estar por trás de uma campanha para desmoralizá-lo, com a publicação na internet de fotos de sua filha, Laila, de maio.
O intuito teria sido fragilizá-lo perante a expressiva parcela de muçulmanos conservadores no país.

PETIÇÃO
Após chefiar a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) por 12 anos (1997-2009), cargo no qual ganhou o Nobel da Paz, ElBaradei retornou ao Egito no início do ano.
ElBaradei e seus seguidores têm reunido assinaturas numa petição para modificar as leis do país.
Entre outras reivindicações, o movimento defende que candidatos independentes possam concorrer à Presidência do Egito.
Pede ainda o fim do estado de emergência no país, que dura três décadas.
Segundo o movimento, mais de 650 mil pessoas endossaram a petição, que conta com o apoio do principal grupo organizado de oposição do país, a Irmandade Muçulmana.


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