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Oposicionista pede boicote e agrava disputa no Egito
ElBaradei condena eleição parlamentar de novembro e aumenta embate com Mubarak, no poder há 29 anos
Principal potência do mundo árabe, país é considerado peça-chave para eventual acordo de paz no Oriente Médio
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Mohamed ElBaradei, o ex-diretor da agência atômica
da ONU que voltou a seu país
para tentar liderar a oposição
ao ditador Hosni Mubarak,
defendeu anteontem diante
de seus seguidores um boicote às eleições parlamentares
de novembro no Egito.
O chamado de ElBaradei
acirra o clima de confronto
com o regime de Mubarak,
82, no poder há 29 anos.
O presidente não disse ainda se concorrerá a um sexto
mandato na eleição presidencial do próximo ano.
Muitos egípcios acreditam
que ele esteja preparando
seu filho Gamal para uma sucessão hereditária.
O Egito é a maior potência
do mundo árabe e mantém
relações diplomáticas com
Israel desde os anos 70.
É peça-chave para a estabilização do Oriente Médio,
porque também conserva laços com os principais grupos
palestinos.
"Se todos boicotarem totalmente as eleições, será o
fim do regime", disse ElBaradei a seus simpatizantes.
Há poucos dias, o embate
entre ElBaradei e Mubarak
ganhou tons pessoais, quando o diplomata acusou o governo de estar por trás de
uma campanha para desmoralizá-lo, com a publicação
na internet de fotos de sua filha, Laila, de maio.
O intuito teria sido fragilizá-lo perante a expressiva
parcela de muçulmanos conservadores no país.
PETIÇÃO
Após chefiar a AIEA
(Agência Internacional de
Energia Atômica) por 12 anos
(1997-2009), cargo no qual
ganhou o Nobel da Paz, ElBaradei retornou ao Egito no
início do ano.
ElBaradei e seus seguidores têm reunido assinaturas
numa petição para modificar
as leis do país.
Entre outras reivindicações, o movimento defende
que candidatos independentes possam concorrer à Presidência do Egito.
Pede ainda o fim do estado
de emergência no país, que
dura três décadas.
Segundo o movimento,
mais de 650 mil pessoas endossaram a petição, que conta com o apoio do principal
grupo organizado de oposição do país, a Irmandade
Muçulmana.
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