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IRAQUE OCUPADO
Mobilização de tropas dos EUA é uma das maiores no pós-guerra; ataques matam mais três soldados
Bagdá vive dia de protestos e mortes
DA REDAÇÃO
Em um dia violento marcado
por uma das maiores mobilizações de tropas dos EUA no Iraque
desde o fim dos principais confrontos, em 1º de maio, três soldados americanos foram mortos
ontem em ataques a bomba na região de Bagdá. Washington conta
agora 91 baixas em ataques e 94
em acidentes no pós-guerra.
No início da noite, cerca de 200
soldados americanos, resguardados por helicópteros e tanques,
cercaram uma mesquita xiita onde iraquianos protestavam contra
a detenção de um imã. Para dispersar o grupo, os americanos
disparavam tiros para o ar.
Depois de uma hora de tensão,
soldados e manifestantes continuavam a chegar ao local -os
cerca de 600 iraquianos que iniciaram o protesto aumentaram
para 3.000 em poucas horas.
Alguns manifestantes acusaram
os soldados de terem deixado granadas na mesquita como subterfúgio para prender o imã. O comando dos EUA disse que checaria as acusações contra o clérigo.
A capital também experimentou mais um dia de protesto contra o desemprego -eles se tornaram quase diários desde a última
semana. A manifestação de ontem foi promovida por cerca de
2.000 ex-agentes de inteligência
do regime deposto, que arremessavam pedras do calçamento nos
soldados dos EUA de guarda em
uma base das forças ocupantes.
A 800 metros, no estacionamento da Chancelaria, ocorreu uma
explosão. Testemunhas disseram
ter visto vestígios de granadas-foguetes, mas os militares afirmaram não se tratar de bomba.
Não há registro de feridos em
nenhum dos incidentes.
Apesar dos diferentes focos de
tensão na capital, o administrador
americano no Iraque, Paul Bremer, afirmou que a situação de segurança não está se deteriorando.
O diplomata passou o dia em Hilla, 70 km ao sul de Bagdá, em
uma conferência de mulheres.
"Isso é bobagem, a situação de
segurança não está piorando", declarou. "É claro que haverá protestos. Temos protestos em todas
as democracias do mundo."
Bremer ainda citou melhorias.
"Quando eu cheguei a Bagdá, em
maio, a cidade estava pegando fogo. Não havia eletricidade, as escolas, as universidades e os hospitais estavam todos fechados",
afirmou. "Essas coisas todas têm
melhorado diariamente."
Mortos e passaportes
Um dos soldados mortos ontem
foi vítima de um ataque durante a
manhã a oeste de Bagdá. Em um
intervalo de uma hora, outros
dois militares americanos e seu
intérprete iraquiano foram mortos quando uma bomba explodiu
na estrada pela qual passavam em
Haswah, 40 km ao sul da capital.
Em Tikrit (noroeste), a cidade
em que o ex-ditador Saddam
Hussein foi criado, mais três soldados se feriram em uma explosão semelhante à de Haswah.
Em uma nova operação na conturbada região noroeste do país,
as forças americanas capturaram
um ex-oficial do Exército iraquiano, dissolvido em maio pelas forças ocupantes, acusado de planejar ataques da resistência.
Com ele, foram presas mais seis
pessoas e apreendido material para a confecção de bombas, além
de munição, dinheiro e passaportes -um russo, um alemão e outros de países da região.
Com agências internacionais
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