São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA/ CONFRONTO DIRETO

McCain tenta se distanciar de Bush

Republicano propõe que o governo compre dívidas imobiliárias que americanos não podem pagar

Tanto Obama quanto o rival citam bilionário Warren Buffet como nome para o Tesouro; turbulência segue definindo mapa eleitoral

DO ENVIADO A NASHVILLE DE NOVA YORK

John McCain passou o debate inteiro de ontem tentando reforçar sua imagem de independente e se distanciar de George W. Bush, associação que o eleitor faz principalmente em relação à crise econômica, o que prejudica o republicano. Ele anunciou sua proposta para turbulência: a compra, pelo governo, de todas as dívidas imobiliárias que os americanos não podem pagar e sua renegociação pelo valor atual dos imóveis, desvalorizado.
"É minha proposta. Não é do senador Obama. Não é do presidente Bush", disse.
O democrata havia aberto o debate repetindo que essa crise era "o veredicto final das políticas econômicas fracassadas dos últimos oito anos, promovidas fortemente pelo presidente Bush e apoiadas pelo senador McCain, que essencialmente diziam que, se nós retirássemos as regulações, a proteção ao consumidor e deixar o mercado solto, a prosperidade choveria para todos nós".
Instados pelo moderador, Tom Brokaw, os dois levantaram nomes de titulares para secretário do Tesouro em seu governo, cargo ocupado atualmente por Henry Paulson, autor do plano de resgate de US$ 700 bilhões. McCain disse que o bilionário Warren Buffett era uma boa opção, mas que ele apoiava Obama. "Eu gosto de Meg Whitman", disse, referindo-se à ex-CEO do eBay. Obama elogiou Buffett, mas evitou se comprometer com nomes.

Pesquisas
A crise econômica segue definindo o mapa eleitoral dos EUA: pesquisa do jornal "Washington Post" e da rede ABC divulgada ontem mostra que em Ohio, Estado crucial para a vitória, o candidato democrata Barack Obama está seis pontos à frente do rival republicano, John McCain, com 51% a 45%. E a economia se mantém como tema principal para a decisão.
Ohio só votou em dois presidentes democratas nos últimos 40 anos: Jimmy Carter (1977-1981) e Bill Clinton (1993-2001). Se McCain mantiver neste ano os Estados que votaram em Bush em 2004, à exceção de Ohio, ele não terá votos suficientes para ganhar.
A eleição nos EUA é indireta, e o voto popular nos Estados define votos de delegados no Colégio Eleitoral. Para vencer são necessários 270 votos de delegados, e só Ohio detém 20. Ali, os que citam a economia como preocupação número um preferem Obama por uma margem de 28 pontos (62% a 34%).
Outra pesquisa, da rede CNN e da "Time", vê Obama três pontos à frente (50% a 47%) em Ohio e McCain com dificuldades para manter a liderança em Estados que votaram em Bush em 2004. Na Carolina do Norte, que Bush ganhou com mais de 12 pontos, o republicano e o democrata estão empatados com 49%; em Indiana, que Bush levou por 21 pontos, McCain tem vantagem de cinco pontos. (SÉRGIO DÁVILA E ANDREA MURTA)


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