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SUCESSÃO NOS EUA/ CONFRONTO DIRETO
McCain tenta se distanciar de Bush
Republicano propõe que o governo compre dívidas imobiliárias que americanos não podem pagar
Tanto Obama quanto o rival citam bilionário Warren Buffet como nome para o Tesouro; turbulência segue definindo mapa eleitoral
DO ENVIADO A NASHVILLE
DE NOVA YORK
John McCain passou o debate inteiro de ontem tentando
reforçar sua imagem de independente e se distanciar de
George W. Bush, associação
que o eleitor faz principalmente em relação à crise econômica, o que prejudica o republicano. Ele anunciou sua proposta
para turbulência: a compra, pelo governo, de todas as dívidas
imobiliárias que os americanos
não podem pagar e sua renegociação pelo valor atual dos imóveis, desvalorizado.
"É minha proposta. Não é do
senador Obama. Não é do presidente Bush", disse.
O democrata havia aberto o
debate repetindo que essa crise
era "o veredicto final das políticas econômicas fracassadas dos
últimos oito anos, promovidas
fortemente pelo presidente
Bush e apoiadas pelo senador
McCain, que essencialmente
diziam que, se nós retirássemos
as regulações, a proteção ao
consumidor e deixar o mercado
solto, a prosperidade choveria
para todos nós".
Instados pelo moderador,
Tom Brokaw, os dois levantaram nomes de titulares para secretário do Tesouro em seu governo, cargo ocupado atualmente por Henry Paulson, autor do plano de resgate de US$
700 bilhões. McCain disse que
o bilionário Warren Buffett era
uma boa opção, mas que ele
apoiava Obama. "Eu gosto de
Meg Whitman", disse, referindo-se à ex-CEO do eBay. Obama elogiou Buffett, mas evitou
se comprometer com nomes.
Pesquisas
A crise econômica segue definindo o mapa eleitoral dos
EUA: pesquisa do jornal "Washington Post" e da rede ABC divulgada ontem mostra que em
Ohio, Estado crucial para a vitória, o candidato democrata
Barack Obama está seis pontos
à frente do rival republicano,
John McCain, com 51% a 45%.
E a economia se mantém como
tema principal para a decisão.
Ohio só votou em dois presidentes democratas nos últimos
40 anos: Jimmy Carter (1977-1981) e Bill Clinton (1993-2001). Se McCain mantiver
neste ano os Estados que votaram em Bush em 2004, à exceção de Ohio, ele não terá votos
suficientes para ganhar.
A eleição nos EUA é indireta,
e o voto popular nos Estados
define votos de delegados no
Colégio Eleitoral. Para vencer
são necessários 270 votos de
delegados, e só Ohio detém 20.
Ali, os que citam a economia
como preocupação número um
preferem Obama por uma margem de 28 pontos (62% a 34%).
Outra pesquisa, da rede CNN
e da "Time", vê Obama três
pontos à frente (50% a 47%) em
Ohio e McCain com dificuldades para manter a liderança em
Estados que votaram em Bush
em 2004. Na Carolina do Norte, que Bush ganhou com mais
de 12 pontos, o republicano e o
democrata estão empatados
com 49%; em Indiana, que
Bush levou por 21 pontos,
McCain tem vantagem de cinco
pontos.
(SÉRGIO DÁVILA E ANDREA MURTA)
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