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Equipe de Obama busca saída para o dilema afegão
No aniversário de oito anos da guerra, presidente americano reúne seus principais assessores para traçar nova estratégia
Congresso aprova mais
US$ 128,6 bi para esforços no país e no Iraque, levando o custo das duas guerras
à casa de US$ 1 trilhão
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
No dia em que a Guerra do
Afeganistão completou oito
anos, o que a iguala à do Vietnã
como a mais longa na qual os
EUA se envolveram, o governo
Barack Obama se reuniu para
decidir qual a estratégia a ser
implantada a seguir.
Segundo relatos preliminares do encontro do presidente
com seus principais assessores,
ganhou força a hipótese de que
o novo plano será implantado
sem alteração no atual número
de soldados no país, hoje de 68
mil homens.
Ganhou força, também, a
ideia de lidar com o conflito naquele país como um front com
dois inimigos distintos: a organização terrorista Al Qaeda e o
grupo extremista Taleban, com
o foco maior no primeiro.
A posição de não diminuir o
número de tropas havia vazado
já na noite de terça, quando
Obama se reuniu também na
Casa Branca com membros de
ambos os partidos majoritários
do Congresso.
De acordo com o que contaram participantes, ele descartou diminuir o contingente,
embora também não tenha
confirmado se vai ceder aos
apelos de seu comandante militar ali, o general Stanley
McChrystal, que pediu mais
tropas. Na reunião, Obama e
seu concorrente nas eleições
presidenciais de 2008, o republicano John McCain, teriam
trocado palavras ásperas.
O senador teria dito ao presidente que "o tempo não está do
nosso lado" e que "a decisão sobre a estratégia não pode acontecer num ritmo de calma", ao
que Obama teria replicado, irritado: "Garanto que não vai
acontecer calmamente". A lentidão para decidir os rumos de
um conflito crescentemente
impopular vem valendo críticas tanto da oposição como da
base governista. Os democratas
temem que Obama ceda aos
apelos de escalada militar, ação
que os republicanos aprovam.
O porta-voz da Casa Branca,
Robert Gibbs, disse que se enganavam os que achavam que
os participantes da reunião de
ontem sairiam da Sala da Situação e dariam um número de
tropas a ser adicionadas. Esse
não é o único ponto em discussão, afirmou Gibbs.
Estão na mesa questões mais
complexas, como que tipo de
parceria os EUA querem com
os afegãos, afirmou. "Nós estamos examinando tudo sistematicamente", disse Gibbs. É a
terceira reunião do tipo que
Obama tem nesta semana. Outra deve ocorrer amanhã, e uma
quinta, na semana que vem.
Na terça à noite, o Senado
aprovou o orçamento do Pentágono para o ano fiscal de 2010,
que começa neste mês. São US$
625,6 bilhões -ou o equivalente a um terço do PIB brasileiro-, que incluem US$ 128,6 bilhões para as guerras.
Com isso, segundo pesquisa
apartidária do Congresso, o
custo total do conflito do Afeganistão e do Iraque até agora
vai a US$ 1 trilhão.
Salto nas pesquisas
Ontem ainda, foram divulgados resultados de pesquisa de
opinião que mostram um salto
na popularidade do presidente,
algo que não acontecia desde a
posse, em janeiro. Segundo levantamento conduzido pelo
consórcio Associated Press-GfK, 56% dos ouvidos aprovam
a performance do democrata,
ante 50% da pesquisa anterior.
Entre os pontos apontados
como positivos na gestão do democrata estão a economia
(50% dos ouvidos) e a proposta
de reforma do sistema de saúde
pública (48%). Entre os negativos, a condução da Guerra do
Afeganistão está em primeiro
lugar (41%). Foram ouvidos
1.003 adultos no país, entre 1º e
5 de outubro; a margem de erro
é de 3.1 pontos percentuais.
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