São Paulo, quinta-feira, 08 de novembro de 2007

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Fim da esperança de mudança levou os advogados do Paquistão para a oposição

DO "NEW YORK TIMES", EM ISLAMABAD

Por trás da ira pública dos advogados paquistaneses, que saíram às ruas em protesto contra o estado de emergência, existe um ressentimento antigo contra o ditador do país, cuja ascensão inicialmente parecia promissora aos olhos dos moderados politicamente e com bom nível de educação.
O desapontamento desses paquistaneses se transformou em fúria depois que o presidente, general Pervez Musharraf, aboliu a Corte Suprema e suspendeu a Constituição. Em entrevistas na terça-feira, os advogados disseram que haviam saído às ruas porque os primeiros sinais de independência do Judiciário, surgidos nos últimos meses de crise política, foram sufocados.
"Como trabalhar como advogado quando a lei é aquilo que o general diz que seja?", perguntou Babar Sattar, de Islamabad, formado em direito pela Universidade Harvard. Embora os advogados afirmem que sua causa é a preservação do sistema jurídico paquistanês, eles também têm frustrações mais amplas.
Quando o general Musharraf tomou o poder em 1999, por meio de um golpe militar que derrubou o primeiro-ministro Nawaz Sharif, a mudança foi recebida positivamente pela maioria dos paquistaneses, desencantados por anos de governo civil corrupto e faccioso. Mas Musharraf se acomodou com os partidos religiosos, impediu a participação política da oposição e permitiu que o extremismo se espalhasse, esmagando as esperanças de mudança, dizem os advogados.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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