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Após derrota, Obama fala em "correções"
Na Índia, presidente dos EUA admite que pode ter de fazer "ajustes" para reconquistar um eleitorado frustrado
Em entrevista, líder americano afirma que pode haver acordo com republicanos sobre cortes de impostos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem
que, após a derrota de seu
Partido Democrata nas eleições legislativas do último
dia 2, terá de fazer algumas
"correções" se quiser conquistar um eleitorado frustrado e trabalhar com um
Congresso mais combativo.
No segundo de três dias de
sua visita oficial à Índia, o
presidente participou, em
Mumbai, de sessão de perguntas e respostas com estudantes numa universidade.
Um deles questionou o
que Obama pretendia fazer
após os americanos terem
mostrado nas urnas que querem mudanças.
O presidente concordou
que os eleitores mostraram
frustração sobre os rumos da
economia do país, deixando
de reeleger muitos parlamentares. Os democratas perderam o controle da Câmara
dos Representantes (deputados) e viram sua maioria no
Senado ser reduzida.
Mas isso, para Obama, é
"saudável". "Uma das coisas
maravilhosas sobre democracia é que, quando o povo
não está feliz, é seu direito,
obrigação e dever expressar
sua infelicidade", disse o
presidente a 400 estudantes
no St. Xavier's College.
Obama afirmou que não
mudará sua determinação de
avançar os EUA investindo
em educação e infraestrutura, apesar da pressão em
Washington para a redução
dos gastos públicos.
Mas, ele disse, o resultado
da eleição "exige de mim fazer algumas correções de
meio de percurso e ajustes".
No entanto, o presidente
foi vago sobre quais de suas
posições podem ser alteradas, e como isso será feito. E
jogou parte do peso para os
congressistas.
"Nos próximos meses, será questão de eu estar em discussões com o Partido Republicano, que agora irá controlar a Câmara dos Representantes, e haverá áreas nas
quais discordaremos e, tomara, áreas nas quais concordaremos", disse.
Antes da viagem à Índia, o
presidente havia dito, em entrevista à CBS veiculada ontem, que pode haver uma base para acordo entre os dois
partidos sobre a renovação
dos cortes de impostos, que
expirarão no final do ano.
As afirmações refletem a
nova realidade política que
Obama enfrenta em casa, segundo a qual ele talvez tenha
de deixar de lado esperanças
de avançar promessas de
campanha.
Uma delas, a reforma da
saúde, foi eleita como alvo
principal dos republicanos.
Ontem, Paul Ryan, que deve assumir a Presidência da
Comissão de Orçamento da
Câmara, disse que seu partido planeja um ataque contra
a reforma em 2011, assim que
o Congresso tomar posse.
A tática será tentar negar
fundos para a implementação da legislação e realizar
audiências para apontar os
problemas da reforma.
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