São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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Após derrota, Obama fala em "correções"

Na Índia, presidente dos EUA admite que pode ter de fazer "ajustes" para reconquistar um eleitorado frustrado

Em entrevista, líder americano afirma que pode haver acordo com republicanos sobre cortes de impostos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que, após a derrota de seu Partido Democrata nas eleições legislativas do último dia 2, terá de fazer algumas "correções" se quiser conquistar um eleitorado frustrado e trabalhar com um Congresso mais combativo.
No segundo de três dias de sua visita oficial à Índia, o presidente participou, em Mumbai, de sessão de perguntas e respostas com estudantes numa universidade.
Um deles questionou o que Obama pretendia fazer após os americanos terem mostrado nas urnas que querem mudanças.
O presidente concordou que os eleitores mostraram frustração sobre os rumos da economia do país, deixando de reeleger muitos parlamentares. Os democratas perderam o controle da Câmara dos Representantes (deputados) e viram sua maioria no Senado ser reduzida.
Mas isso, para Obama, é "saudável". "Uma das coisas maravilhosas sobre democracia é que, quando o povo não está feliz, é seu direito, obrigação e dever expressar sua infelicidade", disse o presidente a 400 estudantes no St. Xavier's College.
Obama afirmou que não mudará sua determinação de avançar os EUA investindo em educação e infraestrutura, apesar da pressão em Washington para a redução dos gastos públicos.
Mas, ele disse, o resultado da eleição "exige de mim fazer algumas correções de meio de percurso e ajustes".
No entanto, o presidente foi vago sobre quais de suas posições podem ser alteradas, e como isso será feito. E jogou parte do peso para os congressistas.
"Nos próximos meses, será questão de eu estar em discussões com o Partido Republicano, que agora irá controlar a Câmara dos Representantes, e haverá áreas nas quais discordaremos e, tomara, áreas nas quais concordaremos", disse.
Antes da viagem à Índia, o presidente havia dito, em entrevista à CBS veiculada ontem, que pode haver uma base para acordo entre os dois partidos sobre a renovação dos cortes de impostos, que expirarão no final do ano.
As afirmações refletem a nova realidade política que Obama enfrenta em casa, segundo a qual ele talvez tenha de deixar de lado esperanças de avançar promessas de campanha.
Uma delas, a reforma da saúde, foi eleita como alvo principal dos republicanos.
Ontem, Paul Ryan, que deve assumir a Presidência da Comissão de Orçamento da Câmara, disse que seu partido planeja um ataque contra a reforma em 2011, assim que o Congresso tomar posse.
A tática será tentar negar fundos para a implementação da legislação e realizar audiências para apontar os problemas da reforma.


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