São Paulo, segunda-feira, 08 de novembro de 2010

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EUA buscam parcerias contra China, diz ex-diretor da Otan

Centro de gravidade muda do Atlântico europeu para o Pacífico

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

A estratégia de parcerias internacionais dos EUA é destinada a impedir que a China possa optar, no futuro, por confrontar diretamente a atual superpotência, disse o general alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan.
"Se a América conseguir manter a Europa e a Rússia a seu lado e se cultivar relações amigáveis com a maioria dos países sul-americanos, então as chances são grandes de que continuará sendo a principal potência mundial e de que a relação sino-americana será cooperativa."
Em seminário às vésperas da atual viagem do presidente americano Barack Obama à Àsia -ele visita Índia, Indonésia, Japão e Coreia do Sul, onde participará da reunião do G20-, Naumann lembrou que "o maior aliado" da Europa está transferindo sua atenção para outro lado.
"Estamos assistindo a uma mudança do centro de gravidade do Atlântico europeu para o Pacífico, onde os EUA e a China serão os dois atores principais pelas próximas duas ou três décadas", afirmou no seminário da Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã.
Segundo ele, a China, devido a problemas internos, hoje prefere que os EUA continuem "garantindo a segurança" do seu entorno, por meio da rede americana de bases e alianças militares.
A potência asiática ainda não decidiu se disputará poder com Washington em nível global.
Mas, disse o general, os chineses não estão parados. Se "posicionam no mercado de energia e minérios escassos", modernizam sua defesa, "com ênfase em projeção de poder regional e em operações cibernéticas" e "incrementam sua posição geoestratégica".
Para Naumann, os EUA não podem "preservar seu papel global sozinhos" e precisam de aliados.
"Essa é a mensagem-chave de nova Estratégia de Segurança Nacional [americana]", afirmou.


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