|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Bolívia vive maior risco à imprensa desde 1982
DE CARACAS
Para a seção boliviana da
SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), a lei antirracismo recém sancionada pelo governo Evo Morales representa a maior ameaça à livre mídia no país desde a redemocratização, em 1982.
O texto que critica a norma
foi apresentado ontem na 66ª
Assembleia Geral da entidade, que acontece desde sexta
em Mérida, no México.
A nova lei é "nobre e justa", mas foi desvirtuada para
introduzir artigos "que restringem a liberdade de expressão", afirma a representação boliviana na SIP.
A norma aprovada em outubro contém dois artigos criticados por federações de jornalistas e associações de jornais e TVs bolivianos.
O artigo 16 prevê a perda
de licença de funcionamento
para meios de comunicação
que veiculem informação
considerada racista. Já o 23
proíbe apelação ou foro privilegiado para acusados de cometer o crime.
O informe elogia a iniciativa de organizações e sindicatos de jornalistas do país de
promover a coleta de assinaturas para tentar derrubar a
nova lei em um referendo.
A sessão também debateu
a situação da liberdade de
imprensa no Equador, na Venezuela e na Argentina.
"O que causa maior alarme e preocupação é a montagem de toda uma nova arquitetura legal, ideológica, que
tenta restringir a liberdade
de expressão", diz Ricardo
Trotti, diretor para a Liberdade de Expressão da SIP.
Além da Bolívia, ele cita o
caso do Equador, que tramita
na Assembleia Nacional nova lei de comunicação, e da
Argentina, que aprovou no
ano passado a chamada Lei
dos Serviços Audiovisuais.
Trotti também critica o
pretenso uso de legislações
para proteger crianças e adolescentes para impor "censura prévia" a TVs e jornais.
Em agosto, um juiz venezuelano impediu que o "El
Nacional" publicasse fotos
violentas ou "sangrentas"
após o jornal ter estampado
na primeira página uma imagem do necrotério de Caracas, com corpos empilhados.
Texto Anterior: Restrição a mídia ganha poder, diz relatório Próximo Texto: Israel vê ataque ao Irã como única opção Índice | Comunicar Erros
|