Dirigentes levaram 5 horas para comunicar explosão
DA REDAÇÃO A polícia chinesa deteve os administradores responsáveis pela mina onde uma explosão, na quarta-feira, matou mais de cem pessoas, informou a agência oficial de notícias.
Até ontem à noite, os corpos de 105 mineiros haviam sido removidos da mina de carvão Xinyao, na província de Shanxi (norte do país).
Os administradores responsáveis pela mina não comunicaram a explosão até cinco horas depois do acidente. Além disso, tentaram organizar uma própria operação de resgate, o que a imprensa chinesa diz que certamente teria aumentado o número de vítimas.
A polícia tentava ontem confirmar o número exato de pessoas que trabalhavam na mina quando houve a explosão, mas as equipes de resgate tiveram de interromper as buscas porque havia riscos à segurança. Ao menos 15 mineiros sobreviveram ao acidente.
A mina tinha licença para a operação, mas investigações iniciais dão conta de que a explosão ocorreu em uma área onde a extração de carvão não era autorizada.
Além do representante legal e dirigente da mina -que teve suspensa a sua licença e congeladas as suas contas bancárias-, a polícia chinesa tinha detido até a tarde de ontem 32 pessoas, de acordo com a agência Xinhua.

5.000 mortes em 2006
A China tem tentado enrijecer as suas regras de segurança na mineração, mas a extração do carvão é ainda uma das atividades mais mortíferas no país.
Somente no ano passado, calcula-se que aproximadamente 5.000 pessoas tenham morrido durante a extração ou a produção do carvão.
Segundo a agência chinesa, nas próximas semanas está previsto para ocorrer o julgamento de 11 dirigentes de uma mina acusados por um acidente em novembro de 2005. Na ocasião, 171 pessoas morreram.