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75% do suprimento para soldados no Afeganistão passa por solo paquistanês
DA REDAÇÃO
O duplo ataque de ontem é
mais um episódio que reflete a
estratégia dos insurgentes islâmicos no Paquistão de abalar a
linha de abastecimento em
produtos e equipamentos para
os cerca de 62 mil soldados das
forças ocidentais estacionados
no vizinho Afeganistão.
São cada vez mais freqüentes
os atentados contra bases logísticas da Otan e dos EUA em
Peshawar, pólo econômico e
comercial no norte do Paquistão. Cerca de 75% dos suprimentos para as forças ocidentais chegam ao Afeganistão pela região, depois de serem descarregados de navios no porto
de Karachi, no mar Arábico.
O terminal de cargas Faisal,
atacado ontem, já havia sido alvejado por insurgentes na semana passada, quando 12 caminhões carregados de suprimentos para a Otan foram destruídos. Dois seguranças privados
que vigiavam o local foram
mortos a tiros.
Donos de empresas que fazem transporte de cargas para a
Otan rumo ao Afeganistão afirmam que as autoridades paquistanesas não cumpriram a
promessa de reforçar a segurança dos centros logísticos e
das vias terrestres.
Reação
Os Estados Unidos, que têm
metade dos 62 mil militares estrangeiros no Afeganistão, minimizaram ontem a importância dos ataques e a extensão das
perdas materiais.
"[A série de atentados] é militarmente insignificante", disse
a tenente-coronel Rumi Nielsen-Green, porta-voz do Exército americano em Cabul. "Você não pode imaginar o volume
de suprimentos que passaram
ali e por outros locais e por outros caminhos. Até agora não
houve uma significativa perda
ou impacto para a nossa missão", afirmou.
Mas fontes da Otan admitem
já estar procurando uma via alternativa para abastecer o Afeganistão, possivelmente através da Ásia Central.
O duplo ataque de ontem
coincidiu com o anúncio de que
a maior parte do reforço de
contingente prometido pela
Casa Branca e pelo presidente
eleito Barack Obama para combater o Taleban no Afeganistão
se concentrará nos arredores
da capital, Cabul.
Os primeiros reforços -em
torno de 4.000 soldados- devem chegar no início de 2009.
Os EUA enviarão mais 20 mil
militares ao longo do próximo
ano, atendendo a pedido feito
pelo general David McKiernan,
comandante das forças ocidentais no país asiático .
Obama disse na campanha
que pretende deslocar parte
dos militares hoje no Iraque
para o Afeganistão, considerado por ele centro nevrálgico da
chamada "guerra ao terror".
Com agências internacionais
e "New York Times"
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