São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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75% do suprimento para soldados no Afeganistão passa por solo paquistanês

DA REDAÇÃO

O duplo ataque de ontem é mais um episódio que reflete a estratégia dos insurgentes islâmicos no Paquistão de abalar a linha de abastecimento em produtos e equipamentos para os cerca de 62 mil soldados das forças ocidentais estacionados no vizinho Afeganistão.
São cada vez mais freqüentes os atentados contra bases logísticas da Otan e dos EUA em Peshawar, pólo econômico e comercial no norte do Paquistão. Cerca de 75% dos suprimentos para as forças ocidentais chegam ao Afeganistão pela região, depois de serem descarregados de navios no porto de Karachi, no mar Arábico.
O terminal de cargas Faisal, atacado ontem, já havia sido alvejado por insurgentes na semana passada, quando 12 caminhões carregados de suprimentos para a Otan foram destruídos. Dois seguranças privados que vigiavam o local foram mortos a tiros.
Donos de empresas que fazem transporte de cargas para a Otan rumo ao Afeganistão afirmam que as autoridades paquistanesas não cumpriram a promessa de reforçar a segurança dos centros logísticos e das vias terrestres.

Reação
Os Estados Unidos, que têm metade dos 62 mil militares estrangeiros no Afeganistão, minimizaram ontem a importância dos ataques e a extensão das perdas materiais.
"[A série de atentados] é militarmente insignificante", disse a tenente-coronel Rumi Nielsen-Green, porta-voz do Exército americano em Cabul. "Você não pode imaginar o volume de suprimentos que passaram ali e por outros locais e por outros caminhos. Até agora não houve uma significativa perda ou impacto para a nossa missão", afirmou.
Mas fontes da Otan admitem já estar procurando uma via alternativa para abastecer o Afeganistão, possivelmente através da Ásia Central.
O duplo ataque de ontem coincidiu com o anúncio de que a maior parte do reforço de contingente prometido pela Casa Branca e pelo presidente eleito Barack Obama para combater o Taleban no Afeganistão se concentrará nos arredores da capital, Cabul.
Os primeiros reforços -em torno de 4.000 soldados- devem chegar no início de 2009. Os EUA enviarão mais 20 mil militares ao longo do próximo ano, atendendo a pedido feito pelo general David McKiernan, comandante das forças ocidentais no país asiático .
Obama disse na campanha que pretende deslocar parte dos militares hoje no Iraque para o Afeganistão, considerado por ele centro nevrálgico da chamada "guerra ao terror".


Com agências internacionais
e "New York Times"



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