São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Ataques a mercado matam 36 no Paquistão

Duas bombas coordenadas detonadas em Lahore, segunda maior cidade do país, deixam ainda mais de cem pessoas feridas

Onda de violência recente já causou mais de 400 mortes no país e vem crescendo em resposta à ofensiva contra o grupo Taleban no noroeste


DA REDAÇÃO

Dois ataques a bomba coordenados deixaram ao menos 36 mortos na noite de ontem em um popular mercado de rua em Lahore (nordeste), a segunda maior cidade do Paquistão. Mais de cem pessoas ficaram feridas nas explosões, que causaram um incêndio de grandes proporções e destruíram carros, casas e lojas próximas ao mercado da Lua.
Inicialmente autoridades afirmaram que as bombas foram detonadas por controle remoto, mas ao longo da noite ganhou força a versão de que um terrorista suicida foi responsável por ao menos uma delas. As explosões ocorreram com um intervalo de 30 segundos.
O mercado da Lua vende roupas e sapatos e é especialmente popular entre mulheres e crianças. "Houve uma explosão, em seguida mais uma", disse o paquistanês Mohammad Nauman, que ficou ferido nos ataques. "Ninguém sabia o que estava acontecendo, todo o mundo começou a correr. Havia fogo por toda parte."
Horas antes, outro ataque, desta vez perpetrado por um homem-bomba, matou dez pessoas na entrada de um tribunal de Justiça em Peshawar (noroeste).

Violência crescente
Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados. O número de ataques perpetrados por militantes islâmicos no país vem crescendo nas últimas semanas, em parte em resposta a ofensivas do Exército contra um bastião do Taleban no noroeste, perto da porosa fronteira com o Afeganistão.
A maior parte dos ataques visa alvos militares e policiais, mas vários atingiram locais civis. A onda de violência recente já deixou mais de 400 mortos, incluindo 105 em um ataque em outubro contra um mercado frequentado por mulheres em Peshawar -na época, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, visitava o país.
As ações ineficientes do governo central contra extremistas islâmicos no Paquistão -e a consequente desestabilização que isso vem causando no Afeganistão- levaram a Casa Branca a cobrar oficialmente mais empenho de Islamabad na luta contra a insurgência.
O presidente Barack Obama também autorizou uma expansão das operações americanas no país, tanto por meio dos polêmicos aviões não tripulados da CIA quanto pelo envio de mais espiões da agência.
O governo dos EUA crê que o aumento da pressão contra extremistas no Paquistão, aliada à luta contra o avanço do Taleban no Afeganistão, eliminará refúgios de terroristas na área.

Com agências internacionais



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