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Ataques a mercado matam 36 no Paquistão
Duas bombas coordenadas detonadas em Lahore, segunda maior cidade do país, deixam ainda mais de cem pessoas feridas
Onda de violência recente já
causou mais de 400 mortes
no país e vem crescendo em
resposta à ofensiva contra o
grupo Taleban no noroeste
DA REDAÇÃO
Dois ataques a bomba coordenados deixaram ao menos 36
mortos na noite de ontem em
um popular mercado de rua em
Lahore (nordeste), a segunda
maior cidade do Paquistão.
Mais de cem pessoas ficaram
feridas nas explosões, que causaram um incêndio de grandes
proporções e destruíram carros, casas e lojas próximas ao
mercado da Lua.
Inicialmente autoridades
afirmaram que as bombas foram detonadas por controle remoto, mas ao longo da noite ganhou força a versão de que um
terrorista suicida foi responsável por ao menos uma delas. As
explosões ocorreram com um
intervalo de 30 segundos.
O mercado da Lua vende roupas e sapatos e é especialmente
popular entre mulheres e
crianças. "Houve uma explosão, em seguida mais uma", disse o paquistanês Mohammad
Nauman, que ficou ferido nos
ataques. "Ninguém sabia o que
estava acontecendo, todo o
mundo começou a correr. Havia fogo por toda parte."
Horas antes, outro ataque,
desta vez perpetrado por um
homem-bomba, matou dez
pessoas na entrada de um tribunal de Justiça em Peshawar
(noroeste).
Violência crescente
Nenhum grupo assumiu a
autoria dos atentados. O número de ataques perpetrados por
militantes islâmicos no país
vem crescendo nas últimas semanas, em parte em resposta a
ofensivas do Exército contra
um bastião do Taleban no noroeste, perto da porosa fronteira com o Afeganistão.
A maior parte dos ataques visa alvos militares e policiais,
mas vários atingiram locais civis. A onda de violência recente
já deixou mais de 400 mortos,
incluindo 105 em um ataque
em outubro contra um mercado frequentado por mulheres
em Peshawar -na época, a secretária de Estado dos EUA,
Hillary Clinton, visitava o país.
As ações ineficientes do governo central contra extremistas islâmicos no Paquistão -e a
consequente desestabilização
que isso vem causando no Afeganistão- levaram a Casa
Branca a cobrar oficialmente
mais empenho de Islamabad na
luta contra a insurgência.
O presidente Barack Obama
também autorizou uma expansão das operações americanas
no país, tanto por meio dos polêmicos aviões não tripulados
da CIA quanto pelo envio de
mais espiões da agência.
O governo dos EUA crê que o
aumento da pressão contra extremistas no Paquistão, aliada à
luta contra o avanço do Taleban no Afeganistão, eliminará
refúgios de terroristas na área.
Com agências internacionais
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