São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Americano é acusado de participação nos ataques de Mumbai

David Coleman Headley gravou vídeos de alvos e instruiu outros terroristas, dizem procuradores

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Procuradores federais americanos acusaram ontem o cidadão dos EUA David Coleman Headley, 49, de participar do ataque que matou mais de 150 pessoas em Mumbai (Índia) em 2008. Headley é filho de um diplomata paquistanês e de uma socialite da Filadélfia.
Ele foi preso há dois meses, acusado de planejar um ataque contra o jornal dinamarquês "Jyllands Posten", porque o diário havia publicado uma série de caricaturas com o profeta Maomé.
Desta vez, Headley é acusado de conspirar para o ataque em Mumbai, de oferecer material de apoio ao grupo Lashkar-i-Taiba, baseado no Paquistão, e de ajudar no assassinato de cidadãos americanos -seis morreram no atentado.
Segundo as autoridades americanas, Headley está cooperando com as investigações. Ele pode oferecer provas contra outros líderes envolvidos na operação. De acordo com o Departamento de Justiça, Headley passou anos apoiando os conspiradores: participou de grupos de treinamento no Paquistão, gravou em vídeo os possíveis alvos de ataques e instruiu outros conspiradores.
O ataque em Mumbai em novembro de 2008 aterrorizou a cidade e criou ainda mais tensão no relacionamento entre Índia e Paquistão.
Durante anos, Headley conseguiu passar despercebido pelas autoridades. Ele trocou seu nome antes de viajar para a Índia e fez cinco diferentes viagens ao país. Ele gravou vídeos de alvos potenciais, que incluem desde o Taj Mahal até hotéis, cafés, um centro cultural judaico e a estação de trem.
"Este caso serve como uma lembrança de que a ameaça terrorista é global e requer vigilância constante em casa e no exterior", disse David Kris, procurador-assistente para segurança nacional. Segundo Kris, as autoridades continuam a compartilhar informações sobre esta investigação para descobrir novas pistas.
Para Robert S. Mueller, diretor do FBI, o caso demonstra a necessidade da agência de estreitar o relacionamento com outras instituições no exterior para ajudar a acabar com os planos de terroristas antes que eles sejam postos em prática.


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