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Americano é acusado de participação nos ataques de Mumbai
David Coleman Headley gravou vídeos de alvos e instruiu outros terroristas, dizem procuradores
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Procuradores federais americanos acusaram ontem o cidadão dos EUA David Coleman
Headley, 49, de participar do
ataque que matou mais de 150
pessoas em Mumbai (Índia) em
2008. Headley é filho de um diplomata paquistanês e de uma
socialite da Filadélfia.
Ele foi preso há dois meses,
acusado de planejar um ataque
contra o jornal dinamarquês
"Jyllands Posten", porque o
diário havia publicado uma série de caricaturas com o profeta
Maomé.
Desta vez, Headley é acusado
de conspirar para o ataque em
Mumbai, de oferecer material
de apoio ao grupo Lashkar-i-Taiba, baseado no Paquistão, e
de ajudar no assassinato de cidadãos americanos -seis morreram no atentado.
Segundo as autoridades americanas, Headley está cooperando com as investigações. Ele
pode oferecer provas contra
outros líderes envolvidos na
operação. De acordo com o Departamento de Justiça, Headley passou anos apoiando os
conspiradores: participou de
grupos de treinamento no Paquistão, gravou em vídeo os
possíveis alvos de ataques e instruiu outros conspiradores.
O ataque em Mumbai em novembro de 2008 aterrorizou a
cidade e criou ainda mais tensão no relacionamento entre
Índia e Paquistão.
Durante anos, Headley conseguiu passar despercebido pelas autoridades. Ele trocou seu
nome antes de viajar para a Índia e fez cinco diferentes viagens ao país. Ele gravou vídeos
de alvos potenciais, que incluem desde o Taj Mahal até
hotéis, cafés, um centro cultural judaico e a estação de trem.
"Este caso serve como uma
lembrança de que a ameaça terrorista é global e requer vigilância constante em casa e no exterior", disse David Kris, procurador-assistente para segurança nacional. Segundo Kris, as
autoridades continuam a compartilhar informações sobre esta investigação para descobrir
novas pistas.
Para Robert S. Mueller, diretor do FBI, o caso demonstra a
necessidade da agência de estreitar o relacionamento com
outras instituições no exterior
para ajudar a acabar com os
planos de terroristas antes que
eles sejam postos em prática.
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