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IRAQUE
Destino de 6.000 bombas de gás venenoso é incerto, dizem chefes de inspetores
ONU vê falha em relatório iraquiano
DA REDAÇÃO
A declaração de armas entregue
pelo Iraque à ONU em dezembro
não respondeu a algumas questões sobre armas químicas e biológicas, incluindo o destino de
6.000 bombas de gás venenoso,
segundo autoridades da ONU.
Ainda ontem, as Filipinas indicaram que países árabes estão trabalhando para que o ditador Saddam Hussein vá para o exílio, o
que o Iraque nega. Já a Indonésia,
maior país muçulmano do mundo, se disse contrária a uma ação
militar para depor Saddam.
Hans Blix, chefe dos inspetores
de armas da ONU, e o diretor da
Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, devem entregar hoje ao
Conselho de Segurança da ONU
um segundo parecer sobre a declaração iraquiana.
O documento iraquiano, segundo resolução da ONU, deveria
descrever quais armas e programas de desenvolvimento de armas químicas, biológicas e nucleares existem no país. Bagdá nega possuir essas armas. O relatório final dos inspetores, que pode
servir de base para um ataque ao
Iraque, será entregue no dia 27.
Documento recebido por Blix
indica que, na guerra contra o Irã
(1980-88), o Iraque usou 6.000
bombas químicas a menos do geralmente declara. Não se sabe onde foi parar o restante. Para se explicar, o Iraque convidou Blix e
ElBaradei a irem a Bagdá.
Outro ponto que os iraquianos
teriam falhado em explicar é o
destino de estoques de agentes
biológicos, como o antraz. Blix,
em sua avaliação inicial no mês
passado, disse que o Iraque não
forneceu informações suficientes
sobre 50 mísseis convencionais
que Bagdá diz terem sido destruídos e de 550 bombas de gás mostarda que foram declaradas perdidas na Guerra do Golfo (1991).
O Iraque diz que destruiu os
seus estoques de antraz entre 1988
e 1991, mas Blix acha que a informação não seja acurada. Os gases
mostarda também foram eliminados, de acordo com Bagdá.
Renúncia de Saddam
O ministro das Relações Exteriores das Filipinas, Blas Ople, disse ontem que governos de países
árabes estão se esforçando para
tentar convencer Saddam a abandonar o poder e se exilar em algum país. Ele afirma que recebeu
as informações de embaixadores
árabes em Manila.
No mesmo dia, o jornal alemão
"Tageszeitung" disse que autoridades russas estão em Bagdá desde novembro avaliando as possibilidades de Saddam renunciar. O
presidente russo, Vladimir Putin,
estaria enviando um emissário a
Bagdá nos próximos dias para finalizar os detalhes. O governo
russo negou a informação. O embaixador iraquiano em Moscou,
Abbas Khalaf, disse que "Saddam
continuará no país até ser derramada a última gota de sangue".
Ontem, desembarcaram soldados americanos no Kuait, como
parte da preparação para uma
possível guerra. O número total
não foi divulgado.
O vice-premiê iraquiano, Tareq
Aziz, disse ontem em Bagdá que
"os EUA e o Reino Unido estão
planejando uma guerra devastadora contra o Iraque".
Um dia após o presidente da
França, Jacques Chirac, admitir
que o país pode participar de uma
ofensiva contra o Iraque, pesquisa
indicou que dois terços dos franceses se opõem à guerra.
Com agências internacionais
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