São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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ISRAEL

Partido cai nas pesquisas após alegações de doação ilegal contra premiê

Denúncia contra Sharon abala Likud

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, prometeu ontem se defender do que afirmou serem "calúnias políticas" segundo as quais teria recebido verbas ilegais de campanha no passado. O escândalo já começa a minar a popularidade de Sharon e de seu partido, o Likud (centro-direita), nas semanas que antecedem as eleições parlamentares de 28 de janeiro.
Pesquisa divulgada ontem mostrou que, embora o atual chefe de governo continue na frente na disputa e favorito para a reeleição, cerca de um terço dos eleitores pensam que as suspeitas de corrupção o desqualificam para continuar no cargo de premiê.
Além disso, 16% dos membros do Likud disseram ter perdido a confiança que tinham em Sharon.
Há algumas semanas, as sondagens previam uma vitória likudista esmagadora: o partido conquistaria cerca de 40 das 120 cadeiras do Knesset (Parlamento), contra menos de 20 do Partido Trabalhista.
Agora, segundo levantamento publicado pelo diário "Haaretz", o Likud elegeria apenas 27 representantes. A oposição trabalhista se aproximou do rival histórico, contando com apoio para conquistar 24 cadeiras. É a primeira vez que o partido supera na campanha a barreira das 22 cadeiras.
O caso -que já vem sendo explorado eleitoralmente pela oposição trabalhista- surgiu anteontem, após publicação de uma reportagem no diário "Haaretz" revelando que o premiê recebeu empréstimo de US$ 1,5 milhão de um empresário sul-africano.
O dinheiro teria sido empregado na devolução de doações ilegais recebidas para a campanha de Sharon para conquistar a liderança do Likud, em 1999. Os filhos do primeiro-ministro -um deles, Omri, é candidato a deputado- também estariam envolvidos no escândalo financeiro.
"Isso é uma calúnia política desprezível, e a refutarei com documentos e fatos", disse Sharon ontem. O Ministério da Justiça disse que não espera concluir suas investigações sobre a doação antes das eleições.
Tropas israelenses mataram ontem dois palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza. Fontes militares disseram que soldados guardando a fronteira norte de Israel mataram um militante armado que tentava entrar no país vindo do território da Síria. O episódio é incomum, já que essa fronteira costuma ser pacífica.


Com agências internacionais


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