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Morales lança ex-miss candidata em bastião
da oposição na Bolívia
DA REDAÇÃO
A ex-miss Bolívia Jessica
Jordan, 24, foi anunciada anteontem pelo presidente
Evo Morales como candidata ao governo do departamento (Estado) de Beni
(nordeste do país), bastião
da oposição.
"Será a única governadora
mulher do país. Debatemos
muito e levamos em consideração sua juventude e capacidade", disse Morales,
que foi reeleito em dezembro com cerca de 64% dos
votos e agora tenta evitar
que a oposição -ainda fragmentada- ganhe terreno no
pleito de 4 de abril, quando
serão escolhidos governadores dos nove departamentos
e prefeitos dos 320 municípios da Bolívia.
Jordan, que trabalhou como modelo e apresentadora
de TV e estudou engenharia
industrial na Bolívia e artes
cênicas em Miami, agradeceu Morales pela "confiança" e declarou, na apresentação de sua candidatura, que
"Beni já não quer mais ter
patrões, Beni está preparado
para a luta".
Beni foi governado nos últimos quatro anos pelo opositor Ernesto Suárez. O Departamento deu a Morales
apenas 37,3% dos votos no
pleito que garantiu sua reeleição, atrás do principal
candidato da oposição, Manfred Reyes Villa (que, sob
ameaça de prisão por parte
do governo, fugiu para os
EUA depois da eleição).
Jordan é filha de pai britânico e mãe boliviana e foi
eleita miss Bolívia em 2006.
Por não ser militante do
MAS (Movimento ao Socialismo, o partido governista),
sua candidatura gerou descontentamento em uma parte da base de apoio de Morales. O presidente disse anteontem, em ato de campanha em Trinidad (Beni), que
a postulação da ex-miss se
insere em um "processo de
mudança" e na tentativa de
"projetar novas lideranças"
para o país.
O governo ainda não apresentou candidatos com histórico de militância no MAS
nos departamentos da chamada meia-lua, onde se concentra a oposição (Beni, Tarija, Santa Cruz e Pando),
mas conta com outros "não
políticos" em candidaturas
por todo o país, como reitores universitários e até o
cantor Edwin Castellanos,
do grupo folclórico Tupay,
que se postulará pelo MAS à
Prefeitura de Cochabamba.
Com agências internacionais
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