São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011

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Atirador mata 6 e fere deputada nos EUA

Crime ocorreu em evento político em Tucson (Arizona); a democrata Gabrielle Giffords, 40, está em estado crítico

Ação deixa ao menos 6 mortos, entre eles o juiz federal John Roll e uma criança de 9 anos; há ainda outros 11 feridos

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A deputada americana Gabrielle Giffords foi baleada, seis pessoas foram mortas e ao menos outras 11 ficaram feridas no ataque de um atirador em um evento em Tucson, no Arizona. Entre os mortos, estão um juiz federal e uma criança de 9 anos.
Giffords, 40, democrata que acabou de iniciar seu terceiro mandato, sofreu um tiro na cabeça e foi operada no início da tarde de ontem.
O médico responsável pela cirurgia disse estar otimista com a recuperação, mas seu estado era crítico até o fechamento desta edição.
O tiroteio ocorreu na manhã de ontem em um supermercado em Tucson, durante encontro entre a deputada e eleitores da sua região.
Segundo testemunhas, o atirador abriu fogo quando Giffords falava com os eleitores do lado de fora do supermercado -teriam sido disparados de 15 a 20 tiros.
Ele tentou escapar a pé, mas foi impedido por uma pessoa que estava no local e entregue à polícia.
Jornais e redes de TV americanas identificaram o suspeito como Jared Lee Loughner, 22 (leia texto ao lado).
Em nota, o presidente Barack Obama disse que "um ato de violência tão sem sentido e terrível não tem lugar em uma sociedade livre".
Obama confirmou que o juiz John Roll foi morto no tiroteio e disse que Giffords estava "lutando pela vida".
O presidente afirmou ainda que ofereceu "todos os recursos do governo federal" para a governadora do Arizona, Jan Brewer, e que o diretor do FBI (a polícia federal dos EUA), Robert Mueller, foi enviado ao Estado para coordenar a investigação.

PRECAUÇÕES
A Polícia do Capitólio -responsável pela proteção dos congressistas americanos- enviou um e-mail pedindo que deputados e senadores tomem "precauções razoáveis em relação a sua segurança pessoal".
Um porta-voz da polícia local disse que não estava claro o motivo do tiroteio. As redes de TV americanas estavam reticentes em estabelecer alguma explicação para o ataque, mas ressaltaram que o clima político no Arizona está bastante dividido pelas questões de imigração.
Na eleição de novembro de 2010, Giffords ganhou em uma disputa acirrada de um candidato que tem o apoio do movimento ultraconservador Tea Party, com o debate centrado na imigração.
O Arizona aprovou no ano passado lei que exige que policiais investiguem o status de pessoas suspeitas de viverem ilegalmente nos EUA.
O escritório de Giffords, em Washington, foi alvo de vandalismo, em março, logo após a votação da reforma do sistema de saúde americano.
Antes, em agosto de 2009, um homem foi retirado de um evento similar ao de ontem por estar armado.
Ele queria protestar contra a reforma da saúde, que foi aprovada pelo Congresso com o apoio de Giffords.

SOLIDARIEDADE
Membros dos dois grandes partidos comentaram o caso ontem.
O novo presidente da Câmara dos Representantes (deputados), o republicano John Boehner, disse estar "horrorizado com o ataque sem sentido". "Atos e ameaças de violência contra autoridades públicas não têm lugar na nossa sociedade."
Para a líder democrata Nancy Pelosi, o tiroteio foi "uma tragédia nacional".


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