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Dissidência do IRA assume ataque na Irlanda do Norte
Ação mais violenta desde 1998 deixa dois mortos
DA REDAÇÃO
Uma dissidência do desmobilizado IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu ontem a autoria do atentado que
matou dois soldados britânicos
na véspera na Irlanda do Norte
-o pior ataque no país desde o
acordo entre facções protestantes e católicas, em 1998.
Atiradores mataram os dois
soldados enquanto eles recebiam pizza nos portões da base
do Exército do Reino Unido em
Antrim, no sábado à noite. Quatro pessoas, incluindo dois entregadores de pizza, ficaram feridos, um com gravidade.
Ontem, o jornal "Sunday Tribune", de Dublin (Irlanda), recebeu uma ligação na qual um
homem que se dizia do grupo
IRA Autêntico assumiu o ato.
"Ele disse não se desculpar por
atingir soldados britânicos enquanto eles continuassem ocupando a Irlanda do Norte", disse a jornalista Suzanne Breen.
O IRA Autêntico nasceu como dissidência do IRA em outubro de 1997 -quando o comandante do grupo separatista
radical, que cometeu alguns
dos atentados terroristas mais
mortíferos da Europa, renunciou em apoio à negociação de
paz liderada pelo partido aliado
Sinn Fein. O IRA Autêntico
também assumiu o carro-bomba que matou 29 pessoas na cidade de Omagh, em agosto de
1998, um dos atentados mais
violentos do conflito.
Meses antes, em março, as
principais legendas protestante e católica, o Partido Democrático Unionista (DUP) e o
Sinn Fein, haviam selado o fim
a 30 anos de confrontos que
deixaram cerca de 3.500 mortos. A violência opunha os protestantes, favoráveis ao domínio britânico, aos católicos, defensores da união com a vizinha República da Irlanda.
O premiê Gordon Brown repudiou o atentado ontem, assim como líderes do governo de
união entre a maioria protestante e a minoria católica que
administra a Irlanda do Norte
desde 2007. "Nenhum assassino pode atrapalhar um processo de paz apoiado pela ampla
maioria", disse Brown à BBC.
O vice-premiê norte-irlandês, Martin McGuinness, ex-militante do IRA, afirmou que é
preciso impedir que pequenos
grupos radicais dos dois lados
ponham a Irlanda do Norte na
rota de conflito de novo. "Eu
apoiei o IRA durante o conflito,
eu mesmo fui um membro do
IRA, mas a guerra acabou", disse ele, que é do Sinn Fein.
Em 2005, o grupo separatista
afirmou que havia destruído
suas armas, e relatório de uma
comissão independente de
2006 confirmou a declaração.
Com agências internacionais
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