São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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Dissidência do IRA assume ataque na Irlanda do Norte

Ação mais violenta desde 1998 deixa dois mortos

DA REDAÇÃO

Uma dissidência do desmobilizado IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu ontem a autoria do atentado que matou dois soldados britânicos na véspera na Irlanda do Norte -o pior ataque no país desde o acordo entre facções protestantes e católicas, em 1998.
Atiradores mataram os dois soldados enquanto eles recebiam pizza nos portões da base do Exército do Reino Unido em Antrim, no sábado à noite. Quatro pessoas, incluindo dois entregadores de pizza, ficaram feridos, um com gravidade.
Ontem, o jornal "Sunday Tribune", de Dublin (Irlanda), recebeu uma ligação na qual um homem que se dizia do grupo IRA Autêntico assumiu o ato. "Ele disse não se desculpar por atingir soldados britânicos enquanto eles continuassem ocupando a Irlanda do Norte", disse a jornalista Suzanne Breen.
O IRA Autêntico nasceu como dissidência do IRA em outubro de 1997 -quando o comandante do grupo separatista radical, que cometeu alguns dos atentados terroristas mais mortíferos da Europa, renunciou em apoio à negociação de paz liderada pelo partido aliado Sinn Fein. O IRA Autêntico também assumiu o carro-bomba que matou 29 pessoas na cidade de Omagh, em agosto de 1998, um dos atentados mais violentos do conflito.
Meses antes, em março, as principais legendas protestante e católica, o Partido Democrático Unionista (DUP) e o Sinn Fein, haviam selado o fim a 30 anos de confrontos que deixaram cerca de 3.500 mortos. A violência opunha os protestantes, favoráveis ao domínio britânico, aos católicos, defensores da união com a vizinha República da Irlanda.
O premiê Gordon Brown repudiou o atentado ontem, assim como líderes do governo de união entre a maioria protestante e a minoria católica que administra a Irlanda do Norte desde 2007. "Nenhum assassino pode atrapalhar um processo de paz apoiado pela ampla maioria", disse Brown à BBC.
O vice-premiê norte-irlandês, Martin McGuinness, ex-militante do IRA, afirmou que é preciso impedir que pequenos grupos radicais dos dois lados ponham a Irlanda do Norte na rota de conflito de novo. "Eu apoiei o IRA durante o conflito, eu mesmo fui um membro do IRA, mas a guerra acabou", disse ele, que é do Sinn Fein.
Em 2005, o grupo separatista afirmou que havia destruído suas armas, e relatório de uma comissão independente de 2006 confirmou a declaração.


Com agências internacionais


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