São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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SUDÃO

Em Darfur, Bashir ameaça mais grupos de ajuda com expulsão

DA ASSOCIATED PRESS, EM EL FASHER

Em sua primeira visita à região conflagrada de Darfur desde que o Tribunal Penal Internacional expediu contra ele um mandado de prisão na última quarta, o ditador do Sudão, Omar al Bashir, ameaçou ontem expulsar mais grupos humanitários, diplomatas e tropas internacionais de paz do país.
O Sudão já expulsou 13 grupos humanitários em retaliação à ordem de prisão -a primeira contra um chefe de Estado no cargo desde a criação do TPI, em 2002. Para Cartum, as agências cooperam com o tribunal sediado em Haia (Holanda), que investiga indivíduos acusados de crimes de guerra e contra a humanidade.
Contra Bashir pesam sete acusações referentes ao conflito em Darfur: homicídio, extermínio, tortura, estupro, deslocamento forçado, pilhagem e ataque contra civis -a ONU estima que desde 2003 cerca de 300 mil pessoas tenham morrido e 2,7 milhões tenham sido forçadas a deixar suas casas.
O ditador, no poder desde 1989, rechaça o tribunal e o acusa de "imperialista".
Também ontem, o Exército sudanês reafirmou apoio a Bashir e disse ter posto em alerta 75% das tropas.
Em El Fasher, capital da região de Darfur do Norte, o ditador foi recebido por milhares de simpatizantes. De espada em punho, fez comício diante de diplomatas árabes no qual disse que mais agências podem ser expulsas caso se envolvam com o TPI e depois desfilou pela cidade. Ele também acusou os grupos humanitários de desviarem fundos doados à região.
Segundo a ONU, com a saída dos assistentes cerca de 1 milhão de pessoas ficará sem comida, 1,5 milhão, sem cuidados médicos e mais de 1 milhão sem água potável.


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