São Paulo, quarta-feira, 09 de março de 2011

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Obama e Cameron querem saída imediata

Criação de uma zona de exclusão aérea está entre as medidas de pressão avaliadas

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O presidente americano, Barack Obama, e o premiê britânico, David Cameron, voltaram a afirmar ontem que o ditador líbio, Muammar Gaddafi, deve deixar o poder imediatamente.
Os dois concordaram em levar adiante planos com possíveis ações contra a Líbia, como zona de exclusão aérea, vigilância com aviões de espionagem, aplicação do embargo de armas aprovado na ONU e ajuda humanitária.
A imposição de uma zona de exclusão aérea (repetindo o que ocorreu na Bósnia nos anos 90) foi debatida ontem também pelo Conselho de Segurança da ONU.
A França e o Reino Unido, inclusive, já teriam preparado um texto que prevê essa possibilidade. Só que, por enquanto, nenhum documento foi apresentado formalmente, e ele permanece como plano de contingência.
A resolução aprovada há duas semanas pela ONU impondo o embargo de armas e o congelamento de ativos financeiros de Gaddafi, familiares e aliados já previa a possibilidade de novas sanções caso o cenário piorasse.
Os países europeus chegaram ontem a um acordo para ampliar o congelamento para incluir outros ativos a que as autoridades líbias poderiam ter acesso, como bens que pertencem ao fundo soberano e ao BC do país.
A aprovação da zona de exclusão aérea não deverá ser fácil. Ontem, em entrevista à Sky News, a secretária de Estado Hillary Clinton frisou que a decisão não deve caber aos EUA, e sim à ONU.
Porém Rússia e China (que têm poder de veto) costumam se opor a intervenções militares. O chanceler russo, Sergei Lavrov, já afirmou ser contra. Na China, a Chancelaria defendeu "o diálogo e outros meios pacíficos" e pediu tempo para que as sanções da ONU surtam efeito.
A zona de exclusão estabeleceria um território em que os aviões das forças de Gaddafi não podem voar. Caso insistam, podem ser abatidos pelas forças internacionais.
A aprovação da medida pela ONU é considerada fundamental pela Otan (aliança militar ocidental) para pôr o plano em prática. Ministros de Defesa da aliança reúnem-se amanhã em Bruxelas para debater possíveis ações.
Uma ação que já começou a valer é a fiscalização aérea 24 horas por dia do território líbio. Até então, o monitoramento vinha sendo feito durante dez horas diárias.
Ontem, segundo o Departamento de Estado americano, o embaixador dos EUA na Líbia, Gene Cretz, se encontrou no Cairo com membros da oposição a Gaddafi.
De acordo com o porta-voz do departamento, Philip Crowley, os EUA estão fazendo contato com um amplo leque de lideranças líbias, para tentar obter um quadro mais claro da situação no país.

Com agências de notícias



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