São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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Mulher ajuda a conquistar votos

Reuters - 2.abr.2000
Alejandro Toledo acompanhado da mulher, Eliane Karp, a caminho de Trujillo, no norte de Lima


do enviado especial

Uma antropóloga belga se tornou a mais poderosa cabo eleitoral contra a candidatura à "re-reeleição" do presidente Fujimori.
Eliane Karp Toledo conquistou a simpatia do eleitoral ao discursar em quechua (língua indígena do Peru) nos comícios do marido -Alejandro Toledo, principal adversário de Fujimori.
Tornou-se figura indispensável nas aparições públicas do marido e, com o tempo, também a sua principal conselheira política. O plano de governo do partido de Toledo (Peru Possível) tem várias constribuições de Eliane, principalmente na área econômica.
"A combinação de cholo (referencia à origem indígena de Toledo) com gringa
tem funcionado muito bem", afirma com bom humor, aliviando o forte preconceito da sociedade peruana contra casamentos entre brancos europeus e descendentes de índios.
Anos atrás, numa recepção diplomática, o porteiro avisou-lhe que seu motorista deveria esperar do lado de fora. Era Toledo, seu marido já na época.
Há 20 anos no Peru, em períodos intermitentes, Eliane anunciou que só irá se naturalizar peruana caso Fujimori perca as eleições. "Terei muito prazer em tornar-me de oficialmente uma peruana, coisa que já sou de fato, mas somente com um governo democrático."
Alberto Fujimori não teve a mesma sorte de Toledo. O presidente sofre uma pesada campanha deflagrada pela ex-mulher, Suzana Higuchi, candidata ao Congresso pela Frente Independente Moralizadora.
"Senti vergonha com as denúncias de fraude na campanha eleitoral praticadas pelo partido do meu ex-marido", declarou.
O casal se separou em 95, quando Suzana (engenheira civil) acusou a cunhada de vender roupas usadas que haviam sido doadas pelo Japão para a população carente do Peru. O tom das críticas foi subindo com o tempo, e a ex-primeira-dama passou a acusar Fujimori de corrupção.
Depois de deixar o Palácio Presidencial, foi morar num apartamento simples em Lima. Os filhos do casal (Keiko, Hiro, Sachi e Kenyi) ficaram ao lado do pai e até hoje evitam Suzana.


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