São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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BOLÍVIA
Choques se intensificaram no país após o presidente Hugo Banzer ter decretado estado de sítio ontem
Conflitos deixam 3 bolivianos mortos

das agências internacionais

Dois camponeses e um estudante foram mortos em confronto com a polícia, ontem, na região da floresta amazônica, na Bolívia, horas depois que o presidente Hugo Banzer decretou estado de sítio no país.
Militares e policiais foram mobilizados nas estradas, que estão bloqueadas desde segunda-feira por manifestantes camponeses que exigem do governo medidas de combate à pobreza.
A cidade de Cochabamba (região central da Bolívia), onde começaram os protestos há cerca de uma semana, voltou ontem a ser cenário de enfrentamentos entre policiais e manifestantes.
No confronto, em que policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, pelo menos 25 pessoas ficaram feridas e dezenas de líderes sindicais foram detidos.
Ainda ontem, em La Paz, cerca de cem policiais se revoltaram, em apoio às suas mulheres, que estão em greve de fome há três dias, e para exigir do governo aumento salarial de 50%.
Os policiais se amotinaram em um quartel da cidade, depois de o governo ter oferecido reajuste de 20%, que foi recusado pelos representantes dos rebelados.

90 dias
O estado de sítio decretado ontem, que durará 90 dias, suspende as garantias constitucionais, restringe a liberdade de viagem e a atividade política e permite a detenção imediata de bolivianos.
"O caos começou a propagar-se justamente no momento em que o país começava um processo de reativação econômica e se preparava para começar um segundo diálogo nacional com a participação de forças políticas e sociais", disse o presidente Hugo Banzer em nota que foi divulgada à imprensa.


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