|
Texto Anterior | Índice
BOLÍVIA
Choques se intensificaram no país após o presidente Hugo Banzer ter decretado estado de sítio ontem
Conflitos deixam 3 bolivianos mortos
das agências internacionais
Dois camponeses e um estudante foram mortos em confronto com a polícia, ontem, na região
da floresta amazônica, na Bolívia,
horas depois que o presidente
Hugo Banzer decretou estado de
sítio no país.
Militares e policiais foram mobilizados nas estradas, que estão
bloqueadas desde segunda-feira
por manifestantes camponeses
que exigem do governo medidas
de combate à pobreza.
A cidade de Cochabamba (região central da Bolívia), onde começaram os protestos há cerca de
uma semana, voltou ontem a ser
cenário de enfrentamentos entre
policiais e manifestantes.
No confronto, em que policiais
usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, pelo
menos 25 pessoas ficaram feridas
e dezenas de líderes sindicais foram detidos.
Ainda ontem, em La Paz, cerca
de cem policiais se revoltaram,
em apoio às suas mulheres, que
estão em greve de fome há três
dias, e para exigir do governo aumento salarial de 50%.
Os policiais se amotinaram em
um quartel da cidade, depois de o
governo ter oferecido reajuste de
20%, que foi recusado pelos representantes dos rebelados.
90 dias
O estado de sítio decretado ontem, que durará 90 dias, suspende
as garantias constitucionais, restringe a liberdade de viagem e a
atividade política e permite a detenção imediata de bolivianos.
"O caos começou a propagar-se
justamente no momento em que
o país começava um processo de
reativação econômica e se preparava para começar um segundo
diálogo nacional com a participação de forças políticas e sociais",
disse o presidente Hugo Banzer
em nota que foi divulgada à imprensa.
Texto Anterior: Uruguai teve repressão Índice
|