São Paulo, domingo, 09 de abril de 2000


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Uruguai teve repressão

da Agência Folha, em Porto Alegre

No Uruguai, onde há 200 terreiros de umbanda para uma população de 3,2 milhões de pessoas, o regime militar (1973-1985) conseguiu erradicar a umbanda durante vários anos, realizando uma verdadeira caça às bruxas.
Devido à forte influência cultural brasileira, tal repressão se viu confundida com razões políticas para mortes e desaparecimentos. O número específico de vítimas umbandistas é desconhecido.
Na década de 40, a umbanda começou a aparecer como alternativa religiosa, havendo um crescimento forte na década de 60. Como as manifestações ocorriam por meio de agrupamentos que participavam das sessões religiosas, os militares, nos anos 70, as viram como simples subversão.
Nos anos 90, com a consolidação da democracia, o crescimento das religiões afro-brasileiras se tornou vertiginoso. As oferendas para Iemanjá viraram evento turístico nas praias de Montevidéu, sempre no dia 2 de fevereiro. Em quase todos os terreiros, há a seguinte frase: "A religião é boa. Más são as pessoas".
O Ministério do Turismo uruguaio oficializou o dia de Iemanjá como de "interesse turístico nacional". Para justificar a atitude, o ministro Benito Stern disse que "o evento foi denominado por antropólogos e sociólogos como a maior festa popular do país".
Os uruguaios também buscam respostas espirituais para os problemas. Um exemplo é o de Iesi Silva, cujo filho sofreu acidente de moto, ficou gravemente ferido e, depois de preces e oferendas a Iemanjá, se recuperou.


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