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Observadora de eleições em Timor, brasileira é esfaqueada em assalto
Juíza recebeu cerca de 50 pontos; país elege seu segundo presidente hoje
Antonio Dasiparu/Efe
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Xanana Gusmão, atual presidente timorense, aplaude em cerimônia de distribuição de urnas |
DA REDAÇÃO
Integrante da missão de observadores brasileiros nas eleições presidenciais em Timor
Leste, que acontecem hoje, a
juíza Sandra Aparecida Silvestre de Frias Torres foi esfaqueada durante um assalto na
capital Dili, na noite de sábado.
Torres foi assaltada quando
saiu para comprar cartões telefônicos. "Ela me disse que o assaltante estava com uma catana
[faca grande e larga]", contou
seu irmão, Carlos Alberto Silvestre, com quem a juíza conversou por telefone.
Torres, 38, recebeu cerca de
50 pontos nas mãos e nos braços, mas passa bem. Ontem, estava se recuperando na casa do
embaixador brasileiro em Dili,
Antonio de Sousa e Silva. Segundo o embaixador, casos de
violência do tipo são raros em
Timor e a juíza nunca havia sofrido nada parecido em sua passagem anterior pelo país.
Torres, que é juíza do Tribunal de Justiça de Rondônia, trabalhou em Timor Leste de
2004 até o ano passado. Segundo o TJ, ela foi a primeira juíza
brasileira a integrar uma missão da ONU em Timor, com o
objetivo de implantar um sistema judiciário no país.
"Ela é apaixonada por Timor,
deu aulas no curso de magistratura e chegou a aprender dialetos locais para utilizar em audiências", disse o irmão de Torres, por telefone, de Porto Velho, onde a juíza mora.
A disputa
Não há pesquisas confiáveis
para o pleito. Acredita-se que
os dois candidatos com mais
chances, entre os oito concorrentes, sejam o atual primeiro-ministro e prêmio Nobel da Paz
em 1996, José Ramos Horta, 57,
e o candidato da Fretilin (Frente Revolucionária de Timor
Leste Independente), Francisco Guterres, 53, conhecido como Lu-Olo.
O Timor viveu quatro séculos
de colonização portuguesa e 24
anos de ocupação indonésia. A
população optou pela independência em plebiscito organizado pela ONU em 1999. A Indonésia reagiu invadindo o país,
que então foi administrado pela ONU até 2002.
Em 2006, houve novos conflitos, agora entre facções rivais
e grupos étnicos. Pelo menos 21
pessoas morreram e 150 mil
deixaram suas casas. A crise
culminou na exoneração de
600 soldados que abandonaram seus postos e aderiram ao
major rebelde Alfredo Reinado.
O conflito só foi apaziguado
com a renúncia do então premiê Mari Alkatari, responsável
pela expulsão dos militares.
Hoje, Alkatari faz campanha
para Lu-Olo, que é nacionalista
e de centro-esquerda. Ramos
Horta tem o apoio de Xanana
Gusmão, atual presidente e o
principal líder da luta pela independência.
Com apenas 1 milhão de habitantes, Timor tem 500 mil
eleitores inscritos.
Com a Agência Folha
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