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JAPÃO
Ultranacionalista é reeleito para Prefeitura de Tóquio
DA REDAÇÃO
O ultranacionalista Shintaro Ishihara, 74, venceu ontem as eleições para prefeito
de Tóquio e irá cumprir seu
terceiro mandato. O prefeito,
conhecido pelos seus pontos
de vista de direita e críticas à
China, desbancou o reformista Shiro Asano, 59, seu
principal oponente.
Ishihara, escritor premiado e defensor da atuação japonesa durante a ocupação
de países vizinhos na Segunda Guerra, concorreu como
independente, mas teve o
apoio do primeiro-ministro
Shinzo Abe, do Partido Liberal Democrático (PLD).
Asano foi apoiado pelo
Partido Democrático (PDJ),
de oposição. A eleição trouxe
à tona as tensões em relação
à administração da capital de
10 milhões de habitantes,
com um PIB de mais de US$
700 bilhões, equivalente ao
da Austrália.
Embora os dois principais
candidatos tenham concorrido como independentes, o
resultado da eleição irá pesar
na disputa entre o PLD e o
PDJ na eleição para a Câmara Alta do Parlamento, marcada para julho.
Ishihara é co-autor, com o
fundador da Sony, Akio Morita, do livro "A Japan That
Can Say No" (o Japão que
pode dizer não). Na prefeitura, ele ganhou apoio ao confrontar a indústria e impor
metas mais rígidas para a
emissão de poluentes.
Apesar de um recente escândalo de nepotismo, incluindo o uso de fundos públicos para pagar viagens de
sua mulher e a contratação
de um filho como assessor de
projetos municipais, seu plano de trazer a Olimpíada de
volta a Tóquio em 2016 (a cidade já sediou os Jogos em
1964) o ajudou a atrair a simpatia da população.
Durante a campanha, o
opositor Asano acusou o prefeito de adotar uma "política
do medo" no ensino de Tóquio, uma referência à decisão de obrigar os professores
de escolas secundárias a ficar
de pé diante da bandeira japonesa e cantar o hino nacional antes das aulas.
As críticas de Asano, entretanto, não abalaram o favoritismo de Ishihara. Segundo analistas, isso se deve
ao fato de a política japonesa
girar cada vez mais em torno
de personalidades, e não de
programas partidários.
Com agências internacionais e o "Financial
Times"
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