São Paulo, segunda-feira, 09 de abril de 2007

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JAPÃO

Ultranacionalista é reeleito para Prefeitura de Tóquio

DA REDAÇÃO

O ultranacionalista Shintaro Ishihara, 74, venceu ontem as eleições para prefeito de Tóquio e irá cumprir seu terceiro mandato. O prefeito, conhecido pelos seus pontos de vista de direita e críticas à China, desbancou o reformista Shiro Asano, 59, seu principal oponente.
Ishihara, escritor premiado e defensor da atuação japonesa durante a ocupação de países vizinhos na Segunda Guerra, concorreu como independente, mas teve o apoio do primeiro-ministro Shinzo Abe, do Partido Liberal Democrático (PLD).
Asano foi apoiado pelo Partido Democrático (PDJ), de oposição. A eleição trouxe à tona as tensões em relação à administração da capital de 10 milhões de habitantes, com um PIB de mais de US$ 700 bilhões, equivalente ao da Austrália.
Embora os dois principais candidatos tenham concorrido como independentes, o resultado da eleição irá pesar na disputa entre o PLD e o PDJ na eleição para a Câmara Alta do Parlamento, marcada para julho.
Ishihara é co-autor, com o fundador da Sony, Akio Morita, do livro "A Japan That Can Say No" (o Japão que pode dizer não). Na prefeitura, ele ganhou apoio ao confrontar a indústria e impor metas mais rígidas para a emissão de poluentes.
Apesar de um recente escândalo de nepotismo, incluindo o uso de fundos públicos para pagar viagens de sua mulher e a contratação de um filho como assessor de projetos municipais, seu plano de trazer a Olimpíada de volta a Tóquio em 2016 (a cidade já sediou os Jogos em 1964) o ajudou a atrair a simpatia da população.
Durante a campanha, o opositor Asano acusou o prefeito de adotar uma "política do medo" no ensino de Tóquio, uma referência à decisão de obrigar os professores de escolas secundárias a ficar de pé diante da bandeira japonesa e cantar o hino nacional antes das aulas.
As críticas de Asano, entretanto, não abalaram o favoritismo de Ishihara. Segundo analistas, isso se deve ao fato de a política japonesa girar cada vez mais em torno de personalidades, e não de programas partidários.


Com agências internacionais e o "Financial Times"


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