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Sexta-Feira Santa terá funeral coletivo e luto
DO ENVIADO A ÁQUILA
Diante de uma montanha de
concreto e ferro retorcido no
que antes do terremoto era um
dormitório universitário, cerca
de dez familiares fazem vigília
desde segunda-feira, à espera
de notícias dos quatro estudantes que desapareceram sob os
escombros. As chances de que
tenham escapado com vida diminuem a cada minuto que
passa, mas eles se recusam a
perder a esperança.
"Ontem uma moça foi retirada com vida, quem sabe o meu
filho também escapou?", pergunta o agricultor Antonio, que
viu o filho pela última vez no
domingo em sua casa, na cidade
de Sora, a 60 km de Áquila.
"Disse a ele que ficasse, mas ele
preferiu voltar ao dormitório
para poder estudar."
Enquanto as equipes de socorro correm contra o tempo
para tentar resgatar com vida
as 15 pessoas que continuam
desaparecidas, a Itália começa
a enterrar os mortos. O governo marcou um sepultamento
coletivo para amanhã, quando
será respeitado luto nacional.
A missa será celebrada pelo
cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.
O funeral deverá ser realizado
numa área ao ar livre da academia de polícia de Áquila.
Sinos
"No momento não há nenhuma igreja em Áquila em condições de ser utilizada, estão todas destruídas ou sob risco de
desabamento", disse Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano. O religioso acrescentou que
o papa Bento 16 visitará em
breve a região do terremoto.
Para que o enterro coletivo
pudesse ser realizado, foi necessária uma autorização especial do Vaticano, já que a Sexta-Feira Santa é o único dia no calendário da Igreja Católica em
que não é celebrada missa.
Calados desde o terremoto,
ontem os sinos das igrejas puderam ser ouvidos na região de
Abruzzo, anunciando os primeiros sepultamentos. Entre
eles o do jogador da Fiorentina
Giuseppe Chiavaroli, 24, que
morreu junto com a namorada.
Dos 272 mortos, 6 ainda não
foram identificados. De acordo
com o premiê Silvio Berlusconi, 16 eram crianças. Cem feridos ainda estão em estado grave, disse o premiê.
(MN)
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