São Paulo, quinta-feira, 09 de abril de 2009

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Sexta-Feira Santa terá funeral coletivo e luto

DO ENVIADO A ÁQUILA

Diante de uma montanha de concreto e ferro retorcido no que antes do terremoto era um dormitório universitário, cerca de dez familiares fazem vigília desde segunda-feira, à espera de notícias dos quatro estudantes que desapareceram sob os escombros. As chances de que tenham escapado com vida diminuem a cada minuto que passa, mas eles se recusam a perder a esperança.
"Ontem uma moça foi retirada com vida, quem sabe o meu filho também escapou?", pergunta o agricultor Antonio, que viu o filho pela última vez no domingo em sua casa, na cidade de Sora, a 60 km de Áquila. "Disse a ele que ficasse, mas ele preferiu voltar ao dormitório para poder estudar."
Enquanto as equipes de socorro correm contra o tempo para tentar resgatar com vida as 15 pessoas que continuam desaparecidas, a Itália começa a enterrar os mortos. O governo marcou um sepultamento coletivo para amanhã, quando será respeitado luto nacional.
A missa será celebrada pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano. O funeral deverá ser realizado numa área ao ar livre da academia de polícia de Áquila.

Sinos
"No momento não há nenhuma igreja em Áquila em condições de ser utilizada, estão todas destruídas ou sob risco de desabamento", disse Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano. O religioso acrescentou que o papa Bento 16 visitará em breve a região do terremoto.
Para que o enterro coletivo pudesse ser realizado, foi necessária uma autorização especial do Vaticano, já que a Sexta-Feira Santa é o único dia no calendário da Igreja Católica em que não é celebrada missa.
Calados desde o terremoto, ontem os sinos das igrejas puderam ser ouvidos na região de Abruzzo, anunciando os primeiros sepultamentos. Entre eles o do jogador da Fiorentina Giuseppe Chiavaroli, 24, que morreu junto com a namorada.
Dos 272 mortos, 6 ainda não foram identificados. De acordo com o premiê Silvio Berlusconi, 16 eram crianças. Cem feridos ainda estão em estado grave, disse o premiê. (MN)


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